AADIC promove webinar sobre insuficiência cardíaca
A partir das 21h00, no Facebook e no site da associação, a iniciativa estimula o “debate em torno de uma abordagem multidisciplinar na prevenção da doença e respetivo acompanhamento hospitalar do doente para que se possa minimizar o impacto na saúde pública”, indica o comunicado de imprensa.
“Os últimos dois anos foram desafiantes para o setor da saúde e muito difíceis para quem sofre de uma doença crónica como a insuficiência cardíaca. Em Portugal existem mais de 400 mil pessoas com insuficiência cardíaca e a pandemia pela covid-19 veio acentuar o subtratamento e subdiagnóstico desta doença. É urgente retomar as consultas de especialidade, os exames e tratamentos, os rastreios e todos os cuidados de saúde primários e hospitalares suspensos. É igualmente urgente reforçar a interligação entre as instituições de saúde”, lê-se na nota.
A interligação entre os cuidados primários e as clínicas de insuficiência cardíaca hospitalares “é de primordial importância quer no diagnóstico precoce quer no seguimento dos doentes”, defende Maria José Rebocho, citada no comunicado.
Segundo a médica, o contacto direto entre estas instituições “permite a rápida referenciação dos doentes, a realização de exames complementares de diagnóstico e um atempado início de terapêutica, que como sabemos aumenta a sobrevivência e melhora a qualidade de vida”. “A Insuficiência Cardíaca é uma doença crónica, pelo que os doentes depois de estabilizados continuam a necessitar de um acompanhamento de proximidade, que pode ser efectuado nos Cuidados Primários”, conclui.
A sessão arranca com uma discussão sobre a importância da integração dos cuidados primários e hospitalares para a prevenção e gestão da insuficiência cardíaca. Os oradores são o Dr. Nuno Jacinto, médico de família, USF Salus, ACES Alentejo Central, e presidente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, a Dra. Sara Gonçalves, cardiologista responsável da Unidade Integrada de Insuficiência Cardíaca (UNNICA) do Centro Hospitalar de Setúbal, e a Dra. Madalena Rodrigues, médica de MGF, USF do Castelo, e interlocutora da UNIICA nos ACES Arrábida.
O debate conta com a moderação da Dra. Maria José Rebocho, cardiologista e membro do conselho científico da AADIC.
A segunda parte é dedicada aos doentes, com o testemunho de Fernando Almeida e a participação da audiência, que poderá colocar questões aos oradores.
Para a Dra. Sara Gonçalves, “tornar o diagnóstico o mais precoce possível, melhorar a terapêutica instituída ao nível dos cuidados de saúde primários e melhorar a referenciação” são os grandes objetivos dos cardiologistas.
O Dr. Nuno Jacinto sublinha que “o médico de família tem um papel central na gestão do doente com insuficiência cardíaca”. “Desde o diagnóstico clínico aos cuidados paliativos, passando pela gestão da terapêutica e pela articulação com os colegas hospitalares, o médico de família faz um acompanhamento de proximidade ao longo de todas as fases da doença, o que permite melhorar o prognóstico e aumentar a qualidade de vida dos doentes com insuficiência cardíaca”, remata o médico.
PR/HN/Rita Antunes
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