APDP propõe canal especializado no SNS24 e consultas diretas para pessoas com diabetes no inverno

A APDP propôs ao Ministério da Saúde um plano para reduzir a pressão sobre as urgências no inverno. A iniciativa inclui o encaminhamento de chamadas sobre diabetes no SNS24 para os seus especialistas e um acesso direto a consultas, visando prevenir complicações graves

A Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP) colocou sobre a mesa do Ministério da Saúde um projeto de colaboração pensado para os meses de inverno. A ideia passa por criar uma resposta especializada que proteja as pessoas com diabetes, grupo particularmente vulnerável a complicações de infeções sazonais, e que, em paralelo, alivie a carga sobre os hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

A proposta tem dois pilares. O primeiro envolve o SNS24: as chamadas relacionadas com diabetes seriam automaticamente encaminhadas para uma equipa de enfermeiros e médicos da APDP, assegurando um aconselhamento clínico imediato e feito por especialistas. O segundo pilar é a criação de um projeto-piloto na região da Grande Lisboa, onde as pessoas com diabetes poderiam ter acesso direto às instalações da APDP para resolver situações complexas que, mesmo assim, não justifiquem um internamento hospitalar.

“Sabemos que a gestão precoce e o acompanhamento por equipas especializadas podem evitar que muitos casos evoluam para situações de urgência. A nossa proposta cria uma resposta mais dirigida e segura para as pessoas com diabetes e, simultaneamente, alivia a pressão sobre o SNS nos meses mais críticos”, afirmou José Manuel Boavida, presidente da associação.

A diabetes é reconhecidamente um fator de agravamento para outras doenças, nomeadamente infeciosas. Esta realidade torna as pessoas que vivem com a doença mais suscetíveis a descompensações, que muitas vezes terminam em passagens repetidas pelas urgências ou, em casos mais sérios, em admissões hospitalares que poderiam ser evitadas com um acompanhamento adequado. A APDP, com uma história de quase um século — é a associação de diabéticos mais antiga do mundo — e a atender cerca de 300 utentes diariamente, acredita que a sua experiência pode ser um trunfo para o sistema público numa altura de tensão.

O plano foi apresentado formalmente ao Ministério que tutela a Saúde, mas ainda não há qualquer acordo ou data para a sua implementação. A associação, que integra a resposta nacional à diabetes, garante total disponibilidade para avançar com a medida, sublinhando o potencial de ganhos para a saúde das pessoas e para a eficiência global do SNS.

PR/HN