A descoberta da chave para a regeneração das articulações pode ajudar a regenerar membros perdidos

Pesquisadores da Texas A&M University descobriram um elemento-chave do crescimento da cartilagem articular, o que os aproxima um passo do crescimento dos membros humanos.

O seu objectivo é ajudar os 2,1 milhões de pessoas nos Estados Unidos que vivem com perda de membros, uma população que deverá mais do que triplicar até ao ano 2060 devido ao aumento de doenças vasculares como a diabetes.

Ao contrário de alguns animais populares como o axolote, um tipo de salamandra que pode regenerar membros perdidos, os humanos só conseguem regenerar as pontas dos dedos – e apenas sob certas circunstâncias.

Mas agora, investigadores da Faculdade de Medicina Veterinária e Ciências Biomédicas (VMBS) descobriram um factor de crescimento de fibroblastos (FGF) – um tipo de proteína – capaz de regenerar toda a articulação de um dedo, incluindo cartilagem articular, tendões e ligamentos.

“Sabemos que a regeneração óssea requer muitos fatores diferentes, um dos quais são os FGFs”, disse a Dra. Lindsay Dawson, professora assistente do Departamento de Fisiologia Veterinária e Farmacologia do VMBS. “Conseguimos implantar diferentes FGFs em tecidos que normalmente não se regeneram e encontramos um – FGF8 – que pode regenerar uma articulação completa e o início da ponta de um dedo”.

Embora o FGF8 não consiga regenerar alguns elementos reconhecíveis, como uma unha, a sua descoberta é um passo importante em direção à regeneração completa dos membros.

“Nossa expectativa é que, se conseguirmos descobrir todos os fatores que regeneram um dedo, então poderemos aplicar esses fatores em qualquer lugar do resto do braço, ou mesmo de uma perna, e regenerar um membro”, disse Dawson.

“Este estudo é uma prova de conceito. Estas células normalmente sofreriam formação de cicatrizes, mas o FGF8 diz-lhes para fazerem outra coisa e elas acabam por produzir cinco tecidos. Ficámos surpreendidos com o quanto este factor pode fazer”, disse ela.

A estudante de pós-graduação de Dawson, Sarah Wolff, está animada para continuar os estudos. “Descobrimos que a regeneração articular está associada a tecidos menos maduros”, disse Wolff. “O que realmente estou querendo entender é como podemos estimular a regeneração das articulações ao longo da vida.”