Jamie Murray. A beleza de jogar com o irmão, os ensinamentos da derrota e um conselho para os miúdos

A natureza da relação com os parceiros no ténis foi outro tema. “A química é muito importante, passas muito tempo do teu dia com ele. Acordas na mesma altura, vais tomar o pequeno almoço, vais no carro e treinar, ainda nem fizeste o mais importante, que é competir num ambiente stressante”, explica. “Se tiveres uma boa relação com o teu parceiro, é muito mais fácil para enfrentar os momentos difíceis que inevitavelmente surgem.”

Obviamente, estando nós numa feira tecnológica onde o amanhã parece menos distante, a pergunta sobre a inteligência artificial teria de chegar. É como a chuva, há de vir sempre. Jamie Murray concede que será cada vez mais habitual recorrer-se a essas ferramentas todas, seja para acompanhar as métricas de saúde, seja para alertar para risco de lesão, seja até para preparar a semana de treinos ou o jogo que vem aí. Mas há uma coisa que ele espera que nunca aconteça: que se deixe de jogar o ténis “com o sentimento do coração”.

E que valores e valências tem um tenista para transitar para o mundo empresarial e dos negócios? “Os atletas, geralmente, são pessoas disciplinadas, estão habituados a trabalhar sob pressão e com constrangimentos de tempo, têm sempre objetivos por perseguir.”

Finalmente, Jamie Murray foi desafiado a dizer o que responderia a um miúdo que lhe pedisse um conselho. “O mais importante é não se preocuparem com os resultados. Enquanto não jogares como sénior, não interessa. Não interessa se és o nº1 ou o 10.000º nos juniores. Não te garante nada. Deves desenvolver o teu jogo, melhorar fisicamente. É muito físico o jogo, vês o [Carlos] Alcaraz e o [Jannik] Sinner e como se movimentam no court é uma loucura. São essas as coisas importantes. Foca-te em ti e em como vais chegar lá.”