
Qual é a razão para o mau cheiro na região de Lisboa?
Um mau cheiro no ar invadiu esta segunda-feira a região de Lisboa, semelhante ao que já tinha acontecido no ano passado. Este é o tema do Explicador Renascença desta segunda-feira.
Que cheiro é este? E qual é a origem?
É um odor intenso e acre, que se mantém de forma persistente na Área Metropolitana de Lisboa, afetando Sintra, Odivelas, Mafra, Almada e Setúbal.
O cheiro tem origem no sul do país, mais propriamente na indústria de processamento do bagaço de azeitona, na zona do Alentejo.
Esta foi a explicação dada por Sofia Teixeira, do Centro de Investigação em Ambiente e Sustentabilidade, da Universidade Nova, com quem a Renascença falou esta segunda-feira.
E como é que esse mau cheiro conseguiu chegar até Lisboa?
Devido às condições meteorológicas. Segundo a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), três fatores – a fraca dispersão da atmosfera, a camada anormalmente baixa e o vento fraco de quadrante sudeste – conjugam-se durante a última madrugada e parte da manhã, levando a concentrações elevadas de compostos com odor.
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E o odor vai manter-se durante quanto tempo?
Em princípio, na próxima madrugada este fenómeno atmosférico vai repetir-se, mas com menor intensidade.
Ou seja, esta terça-feira, a região de Lisboa deverá acordar mais uma vez com este mau odor, que se pode manter até cerca das 11 horas. A partir desta hora, as previsões apontam para chuva, o que deverá atenuar o mau cheiro.
A situação pode ser prejudicial para a saúde?
De acordo com a APA, que monitoriza em contínuo a qualidade do ar, não há qualquer problema ao nível dos poluentes medidos com efeitos na saúde.
Até ao momento os relatos falam apenas desconforto e incómodo com o odor, mas a investigadora Sofia Teixeira defende à Renascença que deveria ser estudado o impacto na saúde das populações que vivem perto da produção de bagaço de azeitona.
A investigadora da Universidade Nova alerta também que, ao contrário de outros países, Portugal não tem legislação sobre os odores e os impactos na qualidade do ar e que seria importante criar um normativo, o que poderia ajudar a proteger as populações.
E o cheiro a azeitona não é propriamente uma novidade, pois não?
Há cerca de um ano este mesmo cheiro invadiu a região de Lisboa e Vale do Tejo, mas quando o vento mudou, o odor também acabou por se dissipar.
É isso que se espera venha a acontecer amanhã, com mudança das condições atmosféricas, que também vão trazer chuva.
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