
“Lisboa é uma macrocefalia predadora”. Sobrinho Simões desafia Pedro Duarte a relançar Regionalização
O patologista Manuel Sobrinho Simões desafia o novo presidente da Câmara do Porto a relançar o debate sobre a regionalização.
Em entrevista à Renascença, no dia da tomada de posse de Pedro Duarte, Sobrinho Simões lembra, no entanto, que essa discussão deve ir além da rivalidade Porto/Lisboa e focar-se no desenvolvimento equilibrado do território.
“Com a Regionalização, o Porto mantinha-se na mesma. O que melhorava muito era Caminha, Arouca, Guarda ou Bragança”, afirma, sublinhando que a regionalização não deve ser vista como uma forma de o Porto ganhar à custa de Lisboa, mas sim como uma oportunidade para reforçar a coesão territorial.
Sobrinho Simões reconhece que o discurso de oposição à capital, recorrentemente utilizado por Rui Moreira, tinha a sua razão de ser, apesar de o classificar como “um paleio um bocado ridículo”.
“Lisboa é uma macrocefalia predadora”, diz o professor e médico, alertando para os desequilíbrios que persistem entre as duas maiores cidades do país.
“Imbatíveis”. São João, Santo António e IPO são exemplos de excelência
Questionado sobre as expetativas para o mandato autárquico de Pedro Duarte nos próximos quatro anos, o médico fundador do Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (IPATIMUP) defende uma aposta “nomeadamente ao nível das creches e do ensino pré-primário”, considerando que, mais à frente, isso contribui para um reforço do prestígio da Universidade do Porto e da academia em geral.
Na área da saúde e das ciências, Sobrinho Simões admite que o Porto pode tirar partido da sua capacidade de organização para se afirmar a nível europeu. E dá como exemplo a excelência dos centros de investigação e dos hospitais.
“O São João, o Santo António e o IPO do Porto são imbatíveis”, sublinha, defendendo uma maior articulação entre investigação e prática clínica.
No plano da mobilidade, o patologista aponta o excesso de automóveis e os bloqueios nas pontes como um dos principais problemas da cidade, que exige uma resposta metropolitana.
“Gaia, Matosinhos e Maia têm que ter uma articulação mais fluida com o Porto clássico”, conclui.
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