Obter reabilitação mais cedo melhora os resultados da concussão, sugere estudo

Pessoas que sofrem de sintomas contínuos de concussão devem procurar encaminhamento para fisioterapia o mais rápido possível, sugere uma nova pesquisa da Oregon Health & Science University.

Embora a maioria das pessoas se recupere naturalmente de concussões em quatro semanas, o estudo revelou que as pessoas que atrasaram a fisioterapia tinham déficits persistentes relacionados ao tempo de reação para equilíbrio, função motora – ou movimentos corporais para realizar tarefas – e ao uso de informações sensoriais – como à vista e ao toque – para equilíbrio. A pesquisa publicada esta semana no Diário de Fisioterapia e Reabilitação.

“Isso significa que eles têm problemas de equilíbrio e não reagem tão rapidamente quanto alguém com tempos de reação normais”, disse a autora sênior Laurie King, Ph.D., PT, MCR, professora de neurologia na Escola de Medicina da OHSU. “Se você sofreu uma concussão e não está reagindo tão rapidamente com o controle do equilíbrio, é natural evitar situações precárias”.

Isso, por sua vez, poderia levar as pessoas a evitarem atividades físicas benéficas, incluindo exercício e reabilitação.

“Temos pessoas que chegam e dizem que estão bem”, disse King. “Então, quando os desafiamos a virar a cabeça enquanto olham para um ponto fixo, eles ficam tipo, ‘Uau, isso me deixa enjoado’”.

A reabilitação precoce parece permitir que o cérebro retorne a um estado de equilíbrio mais normal, disse ela.

Em contraste, quando a fisioterapia é atrasada, o cérebro pode adaptar-se à lesão compensando o mau uso da informação sensorial. Com efeito, os pacientes tornam-se excessivamente dependentes da visão, em vez de confiarem no sistema vestibular, os órgãos sensoriais do ouvido interno que ajudam a manter o equilíbrio. Os pacientes tiveram um controle de equilíbrio “mais desleixado” para compensar o atraso no tempo de reação, disse King, o que pode explicar taxas mais altas de novas lesões após uma primeira concussão.

“Parece haver uma janela de oportunidade dentro de dois meses”, disse King. “Depois desse ponto, o cérebro compensa de uma forma que não é boa. Se a visão for a sua estratégia para manter o equilíbrio e você estiver em um quarto escuro, você não funcionará muito bem.”

O ensaio clínico randomizado incluiu 203 pessoas divididas em um grupo de intervenção que recebeu fisioterapia uma semana após o teste no projeto, e um grupo de controle que iniciou a terapia seis semanas após o teste. Ambos os grupos foram avaliados quanto ao controle do equilíbrio após seis semanas de reabilitação com fisioterapeutas licenciados. Os participantes entraram no estudo duas a 12 semanas após a lesão.

Embora a maioria das pessoas se recupere naturalmente de uma concussão em quatro semanas, estima-se que 30% sofram de problemas persistentes – e a fisioterapia pode ser mais importante para esse grupo de pessoas.

Identificar corretamente esse grupo é o desafio, disse King.

No futuro, King disse que a pesquisa sugere duas áreas de melhoria para os profissionais de saúde, especialmente em ambientes de cuidados primários:

• Diretrizes mais claras: Quando os médicos da atenção primária avaliam pacientes que sofreram uma concussão, eles devem ter orientações mais claras sobre quando encaminhá-los para fisioterapia. Se um paciente ainda apresentar sintomas quatro semanas após a lesão, por exemplo, ela disse que deveria ser encaminhado imediatamente para um fisioterapeuta.

• Melhores testes: A descoberta dos sintomas de cada paciente varia atualmente de acordo com a prática, portanto, o desenvolvimento de melhores padrões para testes é um objetivo importante da pesquisa que continua na OHSU.