Ministra da Saúde: Marcelo teve “intervenção muitíssimo adequada” sobre INEM
A ministra da Saúde considerou que o Presidente da República teve uma “intervenção muitíssimo adequada” sobre os factos ocorridos no INEM e disse concordar plenamente quando diz que tem de ser apurado o que aconteceu.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, defendeu, na quinta-feira, que é preciso apurar os factos sobre a resposta do INEM no contexto da recente greve e eventuais responsabilidades administrativas e políticas, repetindo neste caso a expressão “doa a quem doer”.
Questionada sobre estas declarações à margem da inauguração oficial do novo Hospital de Dia de Adultos do IPO de Lisboa, a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, afirmou, esta sexta-feira, que, enquanto governante e cidadã, sentiu que o Presidente da República teve “uma intervenção muitíssimo adequada”.
“Concordo completamente com aquilo que o Senhor Presidente da República nos disse a todos, enquanto portugueses, a nós enquanto governantes”, disse Ana Paula Martins, escusando-se a responder a mais perguntas aos jornalistas sobre o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM). A governante salientou que já explicou “no local próprio, no Parlamento, que tem a responsabilidade daquilo que neste momento é o plano de desenvolvimento e recuperação do INEM”.
Marcelo Rebelo de Sousa defendeu que “tem de ser apurado por que é que aconteceu, quem é que devia ter feito e não fez, quem é que fez, mas fez mal, a nível administrativo e a nível político”, declarou Marcelo Rebelo de Sousa.
Questionado pelos jornalistas, num hotel de Cuenca, Equador, onde se encontra para participar na 29.ª Cimeira Ibero-Americana, se entende que há responsabilidades administrativas e políticas neste caso do INEM, o Presidente da República respondeu: “Vamos ver”.
“Se houver administrativas e políticas, há administrativas e políticas. Eu uma vez usei, a propósito do caso Tancos, uma expressão que foi considerada muito excessiva na altura, que: é doa a quem doer. No fundo, quer dizer, vendo quais são os planos em que se devia ter agido, não agiu, em que se agiu mal ou agiu tardiamente”, completou.
No final da conferência de imprensa do Conselho de Ministros, na quinta-feira, o ministro da Presidência, António Leitão Amaro, já tinha declarado que o Governo está em “sintonia total” com as preocupações manifestadas pelo Presidente da República e provedora de Justiça sobre os problemas no INEM, mas advertiu que “eventuais decisões” só podem ser tomadas após o resultado dos inquéritos em curso.
No mesmo dia, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, disse que tudo o que o Governo tinha a dizer em relação aos problemas no INEM “foi dito e muito bem” pela ministra da Saúde, escusando-se a comentar as declarações do Presidente da República.
Na passada terça-feira, a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, disse esperar que a Inspeção-Geral da Saúde faça uma “avaliação profunda” sobre se foram cumpridos os serviços mínimos na greve do INEM e garantiu que foi feito tudo o que era possível.
As mortes de 11 pessoas alegadamente associadas a falhas no atendimento do INEM motivaram a abertura de sete inquéritos no Ministério Público, um dos quais já arquivado. Há ainda um inquérito em curso da IGAS.
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