
Kamala Harris e Hillary Clinton perderam “um jogo de homens”. Serão as presidenciais americanas movidas pelo género?
Em entrevista ao POLITICO, Patti Solis Doyle, responsável pela campanha eleitoral de Hillary Clinton em 2008, diz que “o país ainda é sexista e não está preparado para ter uma mulher Presidente”. A esperança, acrescenta, era que Kamala tivesse melhores resultados do que Clinton, nas duas eleições. “Mas ficamos mais longe”, lamenta.
No mesmo artigo, a especialista em sondagens Angie Kuefler reforça que a campanha eleitoral de Trump usa as diferenças de género “explicitamente” e que se centra “numa masculinidade tradicional”.
Kuefler acrescenta que “não queremos dizê-lo publicamente, mas uma mulher não consegue ser eleita”. Afinal, Kamala Harris caiu no voto feminino, face tanto a Joe Biden como a Hillary Clinton, além de não ter conquistado o voto masculino que reforçou a eleição de Trump.
“Uma mulher não consegue ser eleita”
Na mesma eleição em que se votava para a presidência, 10 estados incluíram uma questão sobre o direito ao aborto nos seus boletins. Em sete desses (Arizona, Colorado, Nova Iorque, Maryland, Missouri, Montana e Nevada), os eleitores decidiram, por maioria, assegurar a integração do direito ao aborto nas suas constituições estaduais.
Ainda que as contagens não tenham fechado em todos estes estados, no Arizona, Colorado, Missouri, Montana e Nevada, Donald Trump lidera. Assim, há eleitores de Trump que também votaram em favor do direito ao aborto, uma das grandes bandeiras de Kamala Harris.
Para Maria Luísa Moreira, o uso da saúde reprodutiva e sexual como principal bandeira pela campanha de Kamala Harris pode não ter sido a melhor estratégia. Saída de uma administração “com uma taxa de aprovação baixíssima”, a candidata democrata “procurou sempre esta via da saúde sexual e reprodutiva achando que seria suficiente para captar mulheres, mulheres do partido republicano, dos subúrbios”, mas, acrescenta, “tal não se verificou”.
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