Rodadas de tele-UTI são ineficazes para reduzir a permanência dos pacientes na UTI
Rondas multidisciplinares diárias conduzidas por um intensivista certificado por meio de telemedicina não reduzem o tempo de permanência (LOS) na unidade de terapia intensiva (UTI) em pacientes adultos gravemente enfermos, de acordo com um estudo publicado on-line em 9 de outubro no Jornal da Associação Médica Americana para coincidir com o congresso anual da Sociedade Europeia de Medicina Intensiva, realizado de 5 a 9 de outubro em Barcelona, Espanha.
Adriano J. Pereira, MD, Ph.D., do Hospital Israelita Albert Einstein em São Paulo, Brasil, e colegas avaliaram se uma intervenção envolvendo rondas multidisciplinares diárias e reuniões mensais de auditoria e feedback realizadas por um intensivista remoto certificado reduz a UTI LOS versus cuidados habituais. A análise incluiu pacientes tratados em 30 UTIs gerais no Brasil, nas quais visitas multidisciplinares diárias realizadas por intensivistas credenciados não estavam disponíveis rotineiramente (1.794 pacientes no período inicial e 15.230 no período de intervenção).
Os pesquisadores descobriram que o tempo médio de permanência na UTI, ajustado para avaliação inicial, não diferiu significativamente entre os grupos de cuidados telecríticos e de cuidados habituais (8,1 versus 7,1 dias). Nas análises de sensibilidade e subgrupos pré-especificados, os resultados persistiram. Não houve diferenças estatisticamente significativas observadas em quaisquer outros desfechos secundários ou exploratórios, incluindo eficiência da UTI, mortalidade hospitalar, incidência de infecções da corrente sanguínea associadas a cateteres centrais, eventos associados à ventilação mecânica, infecções do trato urinário associadas a cateteres, dias sem ventilação mecânica em 28 dias, pacientes-dia recebendo alimentação oral ou enteral, pacientes-dia sob sedação leve e taxa de pacientes com valores de saturação de oxigênio abaixo da normoxemia.
“Isto destaca a necessidade, mas também o desafio, de como adaptar os modelos de prestação de telemedicina e, ao mesmo tempo, garantir uma estrutura e qualificações mínimas adequadas nos locais”, escrevem os autores.
Vários autores revelaram vínculos com a indústria biofarmacêutica.
Mais informações:
Adriano J. Pereira et al, Efeito da Tele-UTI nos Resultados Clínicos de Pacientes Críticos, JAMA (2024). DOI: 10.1001/jama.2024.20651
Kelly C. Vranas et al, Avaliando inovações tecnológicas complexas em cuidados intensivos – desafios atuais e direções futuras, JAMA (2024). DOI: 10.1001/jama.2024.19854
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Citação: Rondas de tele-UTI ineficazes na redução da permanência de pacientes na UTI (2024, 11 de outubro) recuperado em 13 de outubro de 2024 em https://medicalxpress.com/news/2024-10-tele-icu-rounds-ineffective-shortening.html
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