Pensando em tentar uma nova dieta? Aqui estão 4 perguntas para se fazer antes de fazer

Vivemos em uma sociedade que glorifica a dieta, com cerca de 42% dos adultos globalmente tentando perder peso. Mensagens sobre dieta e perda de peso são amplificadas nas mídias sociais, com um ciclo interminável de modismos de perda de peso e tendências de dieta.

Em meio a mensagens muitas vezes conflitantes e informações incorretas, se você estiver procurando por conselhos sobre dieta online, é fácil ficar confuso e sobrecarregado.

Então, antes de mergulhar na última tendência de perda de peso ou dieta extrema, considere estas quatro perguntas para ajudar você a tomar uma decisão mais informada.

1. A dieta é realista?

Você considerou o custo financeiro de manter a dieta ou estilo de vida, e o tempo e os recursos que seriam necessários? Por exemplo, você precisa comprar produtos específicos, suplementos ou seguir um plano de refeições rígido?

Se a dieta vier de alguém que está tentando lhe vender algo — como um produto específico para perda de peso que você precisa para seguir a dieta — isso pode ser um sinal de alerta.

Muitas recomendações de dietas extremas vêm de uma posição de privilégio e ignoram o acesso aos alimentos, a acessibilidade, as habilidades culinárias, o local onde você mora ou até mesmo sua cultura e ética.

Se a dieta tiver esses tipos de problemas, isso pode levar à frustração, estresse, estigmatização e sentimentos de fracasso para a pessoa que tenta aderir à dieta. Mas o problema pode estar na dieta em si — não em você.

2. Há evidências que apoiam essa dieta?

Autoproclamados “especialistas” online frequentemente farão alegações focadas em grupos específicos, conhecidos como populações-alvo. Podem ser homens de 30 a 50 anos com diabetes, por exemplo.

Em alguns casos, as evidências para as alegações feitas podem vir de estudos com animais, que podem não ser aplicáveis ​​a humanos.

Portanto, esteja ciente de que se os resultados da pesquisa forem para um grupo que não corresponde ao seu perfil, os resultados podem não ser relevantes para você.

Leva tempo e muitos estudos de alta qualidade para nos dizer que uma “dieta” é segura e eficaz, não apenas um estudo. Pergunte a si mesmo, ela é apoiada por vários estudos em humanos? Seja crítico e questione as alegações antes de aceitá-las.

Para obter informações precisas, procure sites governamentais ou pergunte ao seu médico ou nutricionista.

3. Como essa dieta afetará minha vida?

A comida é muito mais do que calorias e nutrientes. Ela desempenha muitos papéis em nossas vidas e, da mesma forma, as dietas podem influenciar nossas vidas de maneiras que muitas vezes ignoramos.

Social e culturalmente, a comida pode ser um ponto de conexão e celebração. Pode ser uma fonte de prazer, uma fonte de conforto ou até mesmo uma maneira de explorar novas partes do mundo.

Então, quando você estiver considerando uma nova dieta, pense em como ela pode afetar momentos significativos para você. Por exemplo, se você estiver viajando, sua dieta influenciará as escolhas alimentares que você faz? Você sentirá que não pode experimentar a culinária local? Ou você seria dissuadido de sair para jantar com amigos por causa da escolha de restaurante deles?

4. Essa dieta me fará sentir culpado ou afetará minha saúde mental?

Qual é sua refeição favorita? Essa dieta “permite” que você a coma? Imagine visitar sua mãe, que preparou sua refeição favorita da infância. Como a dieta afetará seus sentimentos sobre essas comidas especiais? Ela fará com que você se sinta estressado ou culpado por desfrutar de um bolo de aniversário ou uma refeição preparada por um ente querido?

Estudos mostram que fazer dieta pode ter um impacto negativo na nossa saúde mental, e pular refeições pode aumentar os sintomas de depressão e ansiedade.

Muitas dietas falham em considerar os aspectos psicológicos da alimentação, embora nossa saúde mental seja tão importante quanto a saúde física. Comer não deve fazer você se sentir estressado, ansioso ou culpado.

Portanto, antes de começar outra dieta, pense em como ela pode afetar sua saúde mental.

Afastando-se de uma mentalidade de dieta

Frequentemente nos dizem que a perda de peso é o caminho para uma saúde melhor. No entanto, podemos priorizar nossa saúde sem focar em nosso peso. Mensagens constantes sobre a necessidade de perder peso também podem ser prejudiciais à saúde mental, e não necessariamente úteis para a saúde física.

Nossa pesquisa descobriu que comer de uma forma que prioriza a saúde em vez da perda de peso está ligado a uma série de resultados positivos para nossa saúde e bem-estar. Isso inclui um relacionamento mais positivo com a comida e menos culpa e estresse.

Nossa pesquisa também indica que práticas alimentares conscientes e intuitivas — que se concentram em sinais internos, confiança no corpo e estar presente e consciente ao comer — estão relacionadas a níveis mais baixos de depressão e estresse, além de maior imagem corporal e autocompaixão.

Mas, como qualquer coisa, é preciso prática e tempo para construir um relacionamento positivo com a comida. Seja gentil consigo mesmo, procure profissionais de saúde que incluam o peso, e as mudanças virão. Por fim, lembre-se de que você tem permissão para encontrar alegria na comida.

Este artigo foi republicado do The Conversation sob uma licença Creative Commons. Leia o artigo original.