SIM sobre a próxima reunião: “É preciso concretizar o resto do acordo”
O Sindicato Independente dos Médicos sublinhou, esta sexta-feira, a importância da retoma das negociações entre sindicatos e Ministério da Saúde. A tutela marcou para dia 26 uma reunião com médicos e enfermeiros.
Em declarações ao HealthNews, o secretário-geral do SIM, Nuno Rodrigues, afirmou que a postura do sindicato na próxima reunião com a ministra da Saúde “será sempre de diálogo e seriedade”.
“Não tendo ainda reunido, não sabemos qual será a posição concreta do ministério. De qualquer forma, esperamos que uma pessoa experiente, como é o caso da doutora Ana Paula Martins, consiga chegar a acordo com os sindicatos para arranjar soluções para tornar o SNS mais competitivo e eficiente”, disse.
Sobre os temas que pretende ver discutidos no encontro, Nuno Rodrigues admitiu que “o Sindicato Independente dos Médicos quer que na próxima reunião com o Ministério da Saúde sejam retomadas as negociações […] É preciso concretizar o resto do acordo. A nossa reivindicação do aumento salarial foi de 30%… Até agora conseguimos um aumento de 15%, mas falta ainda o restante.”
O dirigente do SIM, chamou ainda a atenção para os problemas na progressão da carreira médica. “Mais de 50% dos médicos continua na primeira categoria da carreira, sendo que mais de 75% nunca foi avaliado. Portanto, precisamos que haja concursos e vagas para os médicos no Serviço Nacional de Saúde. É urgente que seja desbloqueada a carreira.”
Rodrigues destacou que os médicos querem “que o futuro do SNS seja risonho”, defendendo, por isso, um “SNS mais competitivo, mais eficiente e capaz de garantir a acessibilidade dos portugueses aos cuidados de saúde.”
“Os médicos são pessoas moderadas e ponderadas que estão do lado da solução, portanto tudo o que sejam medidas que visem aumentar o acesso, com boas condições de trabalho, serão sempre saudadas por parte do sindicato”, frisou.
Questionado sobre o pedido, feito pela Federação Nacional dos Médicos, de revogação da legislação que alterou as métricas de incentivos financeiros aos médicos de família nos centros de saúde e das regras que podem aumentar o número de utentes por clínico, o SIM garantiu que discorda.
“Não concordamos com essa posição. E porquê? Porque conseguiu-se um grande avanço que foi o alargamento das Unidades de Saúde Familiar modelo b. Portanto, o SIM não vai colocar entraves a essa generalização. Achamos que, sim, esses dois indicadores financeiros podem ser ajustados e não terem tanto peso, mas isso é diferente colocar em causa esta medida”, apontou Nuno Rodrigues.
Esgotou-se a paciência!
Entretanto a paciência do sindicato liderado por Nuno Rodrigues parece estar por um fio. Em comunicado enviado hoje às redações, o SIM afirma, sob o título “Esgotou-se a paciência!”, que há muitas medidas, já antes contratualizadas com o Governo, que se encontram por cumprir:
– Não pagamento do salário base conforme o acordo salarial com o SIM;
– Não pagamento dos incentivos às novas Unidades de Saúde Familiar (USF) modelo B, previstos na Lei;
– Não pagamento do suplemento de Dedicação Plena, mesmo após a adesão a este regime;
– Redução ilegal de vencimento a médicos em USF às quais não se aplica o regime remuneratório de modelo B;
– Redução muito significativa dos vencimentos dos Médicos que trabalhavam em USF modelo B antes de janeiro de 2024;
– Manobras dilatórias burocráticas das ULS para, contra a lei, tentar impedir a adesão dos Médicos à Dedicação Plena.
HN/VC
Outros artigos com interesse: