Usando ressonância magnética cardíaca para investigar a causa da cardiomiopatia na doença arterial coronariana

Pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de Minnesota que examinaram a causa da cardiomiopatia descobriram que um em cada seis pacientes com doença arterial coronariana tinha cardiomiopatia não isquêmica ou dupla.

Os resultados deste estudo foram publicados esta semana na revista Circulação.

Cardiomiopatias são doenças do músculo cardíaco. Pacientes com doença arterial coronariana podem ter cardiomiopatia devido a danos no músculo cardíaco como resultado de ataques cardíacos. Portanto, em pacientes com cardiomiopatia, a prática clínica atual é procurar doença arterial coronariana por meio de angiografia coronariana – um exame de raios X que mostra se as artérias coronárias estão estreitadas ou bloqueadas. Se for encontrada doença arterial coronariana, presume-se que o paciente tenha cardiomiopatia isquêmica.

A cardiomiopatia não isquêmica refere-se a uma condição do músculo cardíaco em que a causa do problema não está relacionada ao suprimento de sangue. A cardiomiopatia dupla refere-se a dois problemas simultâneos no músculo cardíaco – isquêmicos e não isquêmicos. Pacientes com essas condições tiveram piores resultados em longo prazo em comparação com pacientes com cardiomiopatia isquêmica.

A equipe de pesquisa estudou pacientes com doença arterial coronariana que realizaram ressonância magnética cardíaca (RMC) por motivos clínicos, o que permitiu uma determinação mais precisa da presença e da causa da cardiomiopatia.

“Investigar a causa da cardiomiopatia usando RMC para uma abordagem centrada no miocárdio – em contraste com a abordagem centrada nas coronárias convencional usando angiografia coronária – nos forneceu novos insights com importantes implicações clínicas”, disse Chetan Shenoy, MBBS, MS, autor sênior do artigo, professor associado da Faculdade de Medicina da Universidade de Minnesota e cardiologista da M Health Fairview.

“Nossas descobertas têm implicações para o tratamento de pacientes com doença arterial coronariana e cardiomiopatia, tradicionalmente considerados como portadores de cardiomiopatia isquêmica”.

As descobertas implicam que, em pacientes com doença arterial coronariana obstrutiva, a cardiomiopatia não isquêmica ou dupla coincidente pode contribuir para a falta de benefício prognóstico da revascularização coronariana – procedimentos que restauram o fluxo sanguíneo para áreas do coração que não recebem sangue suficiente.

Pesquisas futuras devem investigar se a cardiomiopatia não isquêmica ou dupla em pacientes com doença arterial coronariana influencia os resultados, especificamente após a revascularização coronariana. Se isso acontecer, o próximo passo seria investigar se a RMC de rotina antes da revascularização coronária para identificar a causa da cardiomiopatia melhoraria a seleção de pacientes para revascularização coronária e os resultados globais.