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Utentes de saúde de Marvila fazem vigília em setembro

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A Comissão de Utentes de Saúde de Marvila (CUSM), em Lisboa, vai realizar em 11 de setembro uma vigília, junto ao centro de saúde local, para reivindicar melhores condições no acesso aos serviços.

A marcação da iniciativa, que se realiza às 07:00, foi decidida após uma reunião com a direção do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) Lisboa Central, em 20 de julho.

Em questão estão problemas estruturais, antigos, que dificultam o acesso da população de Marvila a cuidados de saúde, nomeadamente a falta de médico de família para perto de 13 mil utentes, devido às limitações de recursos humanos.

No início do mês de agosto estavam inscritos 25.001 utentes frequentadores da unidade, 12.091 dos quais com médico de família atribuído, segundo a direção executiva do ACES Lisboa Central.

“O ACES Lisboa Central e a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) têm estado a recorrer a soluções que visam aumentar a capacidade de resposta, na tentativa de maximizar os atendimentos aos utentes sem médico de família atribuído, tais como o Serviço de Atendimento Complementar (SAC) do ACES e a contratação de cerca de 100 horas/semana de prestação de serviços médicos”, explicou, numa resposta à agência Lusa.

No mais recente concurso de colocação de clínicos no Serviço Nacional de Saúde, indicou ainda o agrupamento, a unidade de Marvila recebeu uma médica especialista em Medicina Geral e Familiar, que começou a exercer funções em junho com uma lista com 1.007 utentes e pessoas sem médico de família.

Em fevereiro tinham sido contratados dois médicos da mesma especialidade. O ACES não indicou, contudo, o atual número total de médicos e enfermeiros.

“É preocupante a falta de médicos e que os que trabalham no local já estejam numa idade próxima da reforma”​​​, declarou a porta-voz da CUSM, Sara Canavezes, à agência Lusa.

Segundo a direção executiva, até ao final do ano, estima-se que três médicos se aposentem, mas já “têm tido longos períodos de ausência por motivo de doença”.

A falta de profissionais de saúde faz com que o acesso a consultas do dia seja restrito, o que obriga a população a chegar muito cedo para tentar arranjar vaga: “Os utentes esperam na rua, sem abrigo, e impedidos de entrar na sala de espera”, disse Sara Canavezes.

“O número de utentes em espera é menor a cada dia, mas reconheço que há falta de recursos humanos, apesar do trabalho que tenho vindo a articular com a comissão de utentes, o que é preocupante”, declarou o presidente da Junta de Freguesia de Marvila, António Videira.

A acessibilidade foi outra questão que a CUSM salientou e que o presidente da junta admitiu estar a trabalhar, juntamente com a Câmara Municipal de Lisboa, para resolver.

“As duas carreiras [da Carris] em Marvila vão ser fundidas e a nova vai fazer o percurso completo da freguesia, garantindo que os utentes têm meios para chegar ao centro de saúde”, anunciou.

Este novo autocarro tem uma previsão de começar a circulação entre 15 de setembro e 30 de outubro deste ano, com maior frequência durante o dia, e vai estar disponível de segunda-feira a sexta-feira, segundo o autarca.

O acesso pedonal, em calçada, desde o Campo Oriental ao centro de saúde é outra das preocupações, mas o autarca afirmou que a escolha de se manter este piso é do município, devido ao valor histórico.

A Câmara de Lisboa foi questionada pela agência Lusa, mas até ao momento não deu resposta.

LUSA/HN

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