Os preventivos de infecções de Nova Orleans adaptam os protocolos de adultos para reduzir as infecções em bebês

Enfrentando casos persistentes de Staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA) de início hospitalar durante a pandemia, a equipe de prevenção e controle de infecção (IPC) do Hospital Infantil de Nova Orleans desenvolveu um regime de descolonização nasal barato, usado anteriormente apenas em seus pacientes adultos, que diminuiu as taxas de MRSA em 50%. Seus resultados estão sendo apresentados na Conferência Anual da Associação para Profissionais em Controle de Infecções e Epidemiologia (APIC) em Orlando, Flórida, de 26 a 28 de junho.

Sem muita literatura científica sobre descolonização nasal na população pediátrica para orientá-los, a especialista em prevenção de infecções Jennifer Schroeder, MPH, CIC e colegas criaram dois protocolos de descolonização nasal para atender à população de pacientes – um para crianças menores de dois anos e outro para crianças com mais de dois anos. A intervenção ocorreu nas unidades de terapia intensiva do hospital porque a maioria dos MRSA ocorria lá.

A equipe limpou as narinas de pacientes internados em sua unidade de terapia intensiva cardíaca, unidade de terapia intensiva neonatal e unidade de terapia intensiva pediátrica com uma pomada antibacteriana enquanto continuava o uso do banho de gluconato de clorexidina (CHG) como era a prática padrão. Como resultado de sua intervenção, as taxas de bacteremia por MRSA e MRSA de início hospitalar caíram 41% e 54%, respectivamente.

“A descolonização nasal já estava sendo implementada em todos os hospitais para adultos em nosso sistema de saúde”, disse Schroeder. “Estávamos determinados a incorporá-lo para prevenir MRSA em nosso hospital e mostrar que não apenas não prejudicaríamos nossos pacientes, mas também poderíamos melhorar seus resultados. Esse protocolo também era econômico – centavos por dólar em comparação com o custo de tratamento de uma infecção por MRSA”.

MRSA está associado a alta morbidade e mortalidade e requer tratamento com antibióticos potentes e caros. As infecções por MRSA podem resultar em terapias adiadas para outras condições e internações hospitalares mais longas, prolongando a recuperação de uma criança e prejudicando ainda mais suas vidas.

O projeto de melhoria da qualidade ocorreu de novembro de 2021 a agosto de 2022. Comparado ao período pré-intervenção (janeiro a outubro de 2021), a taxa de MRSA de início hospitalar/1.000 pacientes-dia caiu 41%, de 1,459 para 0,867. A taxa de bacteremia por MRSA de início hospitalar/1.000 pacientes-dia diminuiu 54%, de 0,381 para 0,173.

Embora o número de novas admissões tenha aumentado durante a fase de intervenção, de 2.316 admissões em 15.765 pacientes dias antes da intervenção para 2.778 admissões e 17.296 pacientes dias pós-intervenção, o tempo médio de internação diminuiu de 6,8 dias para 6,2 dias.

“Parabenizamos a equipe do Children’s Hospital New Orleans IPC por sua perseverança no desenvolvimento de um protocolo bem-sucedido de prevenção de MRSA para seus pacientes e por mostrar a utilidade da descolonização nasal no ambiente pediátrico”, disse a presidente do APIC de 2023, Patricia Jackson, RN, MA, CIC, FAPIC. “Esperamos que seu sucesso inspire outros a implementar iniciativas semelhantes.”

Fornecido pela Associação de Profissionais em Controle de Infecções