Greve: Escolas fechadas no Porto obrigam alunos a ir para centros de estudo e casa de avós
A uns cerca de 300 metros de distância os pais e alunos que chegavam às 08:20 à Escola Secundária Clara de Resende também batiam “com o nariz na porta”. Os portões negros da escola Clara de Resende ficaram fechados e um aviso informava que o estabelecimento estava encerrado devido à greve.
“As atividades letivas poderão ser retomadas a partir das 11:15 após nova avaliação do número de funcionários em greve”, lia-se ainda no aviso informativo.
Xavier Marcelino, que frequenta o 7.º ano na escola Clara de Resende contou à Lusa que estava a avisar os amigos da turma para não virem para a escola.
“Como moro aqui ao lado, vim a pé, vesti-me rápido e vir ver se a escola estava aberta ou fechada”, descreveu o estudante que estava sem mãos a medir para responder às solicitações via telefone para dar informações aos colegas.
Na Escola Básica e Secundária Rodrigues de Freitas do Porto as portas também estão encerradas com o aviso afixado a dizer que “não há atividades letivas por motivos de greve”. As perspetivas de abrir também são uma incógnita, disse à Lusa uma auxiliar de educação daquela instituição enquanto abria a porta a um professor.
A história repete-se também na Escola Filipa de Vilhena e noutras escolas como adiantou à Lusa Orlando Gonçalves, do Sindicato das Função Pública do Norte, referindo que recebeu SMS (mensagens de telemóvel) a informar que “muitas escolas estão fechadas”.
A Frente Comum da Administração Pública, da CGTP, convocou para hoje uma greve nacional contra a proposta de aumentos salariais de 0,3%.
Seguiu-se o anúncio de greves nacionais por parte das estruturas da UGT – a Federação Nacional dos Sindicatos da Administração Pública (Fesap) e a Frente Sindical liderada pelo Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE).
Entretanto, várias organizações setoriais marcaram também greves para hoje, como são os casos da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), afeta à CGTP, da Federação Nacional dos Sindicatos dos Enfermeiros (FENSE), da Federação Nacional dos Médicos (FNAM) e do Sindicato Nacional dos Técnicos Superiores de Saúde das Áreas do Diagnóstico e Terapêutica.