
Quem tem maior probabilidade de perder a visão devido à alta pressão cerebral?

Crédito: Pixabay/CC0 Domínio Público
Se não for tratado, um distúrbio de pressão cerebral elevada denominado hipertensão intracraniana idiopática pode levar à perda de visão. Mas esse distúrbio pode se desenvolver sem sintomas perceptíveis, tornando-o difícil de detectar. Um novo estudo analisa como estes problemas de visão se desenvolvem e propõe uma forma de prever quem irá desenvolver problemas. O estudo é publicado em 29 de outubro de 2025, em Neurologia.
“O número de casos de hipertensão intracraniana idiopática tem aumentado e afecta principalmente mulheres jovens, por isso precisamos de mais informações sobre quem tem maior probabilidade de desenvolver problemas de visão e como funciona esse processo”, disse o autor do estudo, Dagmar Beier, MD, da Universidade do Sul da Dinamarca, em Odense.
O distúrbio ocorre quando há aumento da pressão no fluido que envolve o cérebro sem causa aparente. Pode causar dores de cabeça crônicas e incapacitantes, problemas de visão e, em casos raros, perda permanente da visão. A obesidade é o principal fator de risco para a doença.
O estudo envolveu 154 pessoas com hipertensão intracraniana com idade média de 28 anos. Dessas, 147 pessoas apresentavam papiledema, que é o inchaço do disco óptico do olho devido à pressão elevada no líquido cefalorraquidiano. Um total de 69% tinha escotomas, pontos cegos na visão que podem ser temporários ou permanentes. E 26% dos participantes tiveram redução da acuidade visual ou nitidez da visão.
As pessoas no estudo receberam medicação para o papiledema até que fosse resolvido. Nesse momento, 50% ainda apresentavam escotomas e 13% ainda apresentavam redução da acuidade visual. Nenhum dos participantes desenvolveu cegueira.
Os pesquisadores descobriram dois mecanismos que levaram a problemas de visão. Num grupo, graus mais elevados de papiledema foram associados ao aumento do adelgaçamento da camada de fibras do nervo óptico na retina, causando escotoma nos campos visuais periféricos. O outro grupo apresentava papiledema grave e problemas na mácula, ou centro da retina. Isso resultou em redução da acuidade visual que não se resolveu após o tratamento.
Os pesquisadores também desenvolveram uma avaliação para ajudar os médicos a prever, no momento do diagnóstico de hipertensão intracraniana, quem poderá desenvolver problemas de visão mais tarde.
“Essa pontuação precisa ser validada por grupos externos antes de poder ser considerada pronta para uso, mas identificamos a gravidade do papiledema e a desorganização da camada interna da retina como os principais preditores de quem terá problemas persistentes de visão”, disse Beier.
Além da necessidade de validação externa do novo método de pontuação, outra limitação do estudo é que os pesquisadores não analisaram quão bem as avaliações de cada pessoa que avaliou a visão dos participantes se correlacionaram com as avaliações dos demais.
Mais informações:
Neurologia (2025).
Fornecido pela Academia Americana de Neurologia
Citação: Quem tem maior probabilidade de perder a visão devido à alta pressão cerebral? (2025, 29 de outubro) recuperado em 30 de outubro de 2025 em https://medicalxpress.com/news/2025-10-vision-due-high-brain- Pressure.html
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