
Covid-19: Condições globais são “perfeitas” para o surgimento de novas variantes, alerta OMS
As condições globais são “perfeitas” para que a Covid-19 impulsione o surgimento de novas variantes, sendo por isso perigoso supor que a pandemia está a aproximar-se do fim, alertou o diretor geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), esta segunda-feira.
Dirigindo-se ao conselho executivo da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse que desde que a variante Ómicron foi identificada há apenas nove semanas, mais de 80 milhões de casos de Covid-19 foram relatados, mais do que o total de 2020.
Na semana passada, uma média de 100 casos foram relatados à OMS a cada três segundos, acrescentou Tedros, acrescentando que alguém perdeu a vida por causa do vírus a cada 12 segundos.
Apesar de os casos terem aumentado, Tedros observou que a “explosão” não foi acompanhada por um aumento nas mortes, embora este indicador também tivesse subido em todas as regiões, principalmente na África, onde os países lutam para ter acesso a vacinas.
“É perigoso supor que a Ómicron será a última variante ou que estamos no final do jogo”, alertou Tedros. “Pelo contrário, globalmente as condições são perfeitas para o surgimento de novas variantes. Para mudar o curso da pandemia, devemos mudar as condições que a impulsionam”, sublinhou.
O responsável acrescentou ainda que o mundo não pode “apostar num vírus cuja evolução não é possível controlar ou prever”, mas mostrou-se otimista de que, com o curso de ação correto, a pandemia pode chegar a um ponto de viragem em 2022.
Reconhecendo que as pessoas estão cansadas da pandemia e que muitos governos estão “a andar na corda bamba”, para tentar equilibrar o controlo de infeções com o que é aceitável para as suas populações, Tedros disse que “não há respostas fáceis”.
Contudo, “se os países usarem todas as estratégias e ferramentas [da OMS] de maneira abrangente, podemos encerrar a fase aguda da pandemia este ano – podemos acabar com a Covid-19 como uma emergência de saúde global”, afirmou.
Essas estratégias incluem atingir a meta da OMS de vacinar 70% da população mundial, aumentar as capacidades de testagem e garantir acesso equitativo a oxigénio e tratamentos antivirais para a Covid-19.