
Enfermeiros apresentam participação contra a bastonária e pede expulsão
Mário Cruz / Lusa
Ana Rita Cavaco, Bastonária da Ordem dos Enfermeiros
Um grupo de enfermeiros enviou esta quinta-feira uma participação disciplinar contra a bastonária Ana Rita Cavaco ao Conselho Jurisdicional da Ordem dos Enfermeiros, na qual exigem o seu afastamento.
A participação deve-se às declarações da bastonária após a vacinação da presidente da Câmara de Portimão, Isilda Gomes, que esta justificou ao Observador com o facto de ser “obesa” e “hipertensa”. No Facebook, Ana Rita Cavaco comentou: “Presidente da Câmara de Portimão. A gorda fura filas. Malvada a hora que nasci magra”.
“O que está em causa são comportamentos de pessoas que exercem funções numa associação profissional de direito público que tem como principal função a defesa dos cidadãos”, explicou ao Público o primeiro signatário da participação, Manuel Lopes.
“Ninguém exerce funções deste tipo apenas das nove às cinco e jamais se pode exercer recorrendo a argumentos que podem atentar contra a dignidade de seja quem for”, disse.
Na participação, a que o jornal diário teve acesso, é pedida a instauração de procedimento disciplinar com vista à sanção, “pela verificação de fortes indícios de violação dolosa de diversas normas legais enunciadoras de deveres deontológicos dos enfermeiros”.
“A violação de tais deveres deontológicos é de tal forma grave e danosa da imagem e reputação públicas da Ordem e da profissão de enfermeiro, que, no entendimento dos signatários justifica a aplicação da pena disciplinar máxima, isto é, a expulsão”, frisaram.
Na mesma participação, os signatários expuseram outros comentários que Ana Rita Cavaco fez Facebook, onde criticava, entre outros, o presidente da Assembleia Municipal de Arcos de Valdevez, Francisco Rodrigues Aráujo, o colunista Daniel Oliveira, e a ministra da Justiça, Francisca Van Dunem.
“O vernáculo de que a senhora enfermeira Ana Rita Cavaco usa nas suas publicações no Facebook, em página que a identifica como bastonária da OE, é indigna de um dirigente máximo de uma associação pública profissional, degradando gravemente a sua reputação e perceção públicas”, apontaram.
Taísa Pagno //