
Hospitais nunca tinham simulado apagão. “Correu tudo bem, mas é preciso reflexão urgente”
Os hospitais nunca fizeram um simulacro a pensar num apagão elétrico, como aconteceu em Portugal na última segunda-feira, admite à Renascença o presidente da Associação dos Administradores Hospitalares.
Xavier Barreto reconhece que não há uma estratégia comum às várias unidades de saúde e que, no dia do maior apagão do século, cada uma fez o que achou melhor.
Já segue a Informação da Renascença no WhatsApp? É só clicar aqui
“Houve hospitais que assumiram que, provavelmente, teríamos uma paragem mais prolongada e desligaram tudo, porque concentraram a sua energia só no doente crítico e no doente urgente. Outros não, assumiram que iriam ter um reabastecimento num prazo relativamente curto e, por isso, não encerraram as mesmas áreas.”
Para Xavier Barreto, “existe uma oportunidade para melhorar, para rever os planos de contingência”, porque “este cenário nunca foi simulado, que isso fique claro”.
Em declarações à Renascença, o presidente da Associação dos Administradores Hospitalares defende que o Ministério da Saúde tem de rever os procedimentos e avaliar a capacidade dos equipamentos, porque foram evidentes as diferenças entre hospitais.
“Certamente que o tipo de geradores, a autonomia desses geradores até uma definição das áreas que têm de ser asseguradas ou não, têm de ser revistas e merecem uma reflexão por parte dos hospitais e do Ministério da Saúde”, afirma.
Xavier Barreto explica que “foi notória” a diferença de autonomia entre hospitais durante o apagão.
“Alguns tinham autonomia para quatro horas e outros para 48 horas. Isto dá nota da diferença enorme que existia na preparação para um evento destes, porque têm diferentes equipamentos e diferentes procedimentos e até a forma como reagiram. Houve hospitais que encerraram tudo o que foi serviços de apoio, como lavandarias, cozinhas”, sublinha.
Xavier Barreto considera que na resposta ao apagão elétrico, que durou cerca de dez horas, “correu tudo bem, mas isso não quer dizer que não tenhamos de fazer uma reflexão urgente sobre a preparação para estes eventos”.
“Isto não pode cair no esquecimento”, alerta o presidente da Associação dos Administradores Hospitalares, que defende que devem ser planeados simulacros para situações de cortes de energia prolongados, o que nunca aconteceu até à data.
Source link