
“Posição de força”. Guardas prisionais admitem fazer greve geral
O Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional (SNCGP) admite fazer uma greve geral para contestar a falta de segurança nas prisões portuguesas.
Em declarações à Renascença, este domingo, Frederico Morais, presidente do Sindicato, adiantou que na terça-feira vai haver uma conferência de imprensa em que vão ser anunciadas novas ações, e não afasta a possibilidade de convocar uma paralisação nacional nas prisões.
“Não descartamos de todo uma greve a nível nacional. Os estabelecimentos prisionais têm de voltar a ser seguros“, afirma o sindicalista.
Frederico Morais queixa-se da falta de mudanças estruturais na sequência da fuga de cinco reclusos na Prisão de Vale de Judeus, no ano passado. “Entretanto já houve mais fugas e continua tudo igual. Em Alcoentre, temos pessoas a invadir a cadeia de para deixar o telemóvel junto a uma janela. É a terceira vez que acontece”.
É uma greve que não pede melhores salários: “As greves deviam ser para reivindicar os nossos ordenados e melhorias da profissão e neste momento é só mesmo para garantir que os guardas prisionais trabalham em segurança“, lamenta o presidente do sindicato.
Greve em Beja esta segunda-feira
Esta segunda-feira, dia 1 de dezembro, há greve marcada para o Estabelecimento Prisional de Beja, pelos mesmos motivos.
“Esta ação de protesto tem a ver com a falta de segurança. A senhora diretora disse que não ia mudar nada, que ia continuar tudo igual”, lamenta Frederico Morais.
Neste caso, o Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional, pedia uma “reorganização” da prisão, pedindo que os reclusos que “não têm nenhuma atividade” estejam mais tempo fechados para “garantir mais segurança”. Além disso, os guardas criticam o abuso nas “diligências aos hospitais”, que obrigam à retirada de elementos da prisão.
Concretamente, Frederico Morais dá o exemplo de um recluso que foi recentemente ao hospital pedir um antibiótico, acreditando que isso não se justifica porque há médicos e enfermeiros que vão periodicamente ao estabelecimento prisional.
Mas os casos lamentados pelos guardas não se ficam por aqui: “Temos o cante alentejano, em que descuramos a segurança do estabelecimento prisional para trazer reclusos à Casa do Alentejo, em Lisboa. Já aconteceu também irem a Vila Viçosa cantar e deixamos a cadeia sem segurança“.
Frederico Morais é assertivo: “Não podemos permitir isso”. O dirigente sindical argumenta que casos como este comprometem a segurança dos reclusos e dos guardas prisionais.
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