
Comunidade cristã aguarda “com profunda alegria” a chegada do Papa
A pequena comunidade católica da Turquia prepara-se para acolher o Papa Leão XIV “de braços e coração abertos e com profunda alegria”. A afirmação é do vigário apostólico de Istambul, D. Massimiliano Palinuro, que considera a visita papal “um sinal de esperança e de unidade” para todos os cristãos do país.
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Em declarações à Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), D. Massimiliano recorda que esta viagem já era “uma firme intenção” do Papa Francisco, que desejava realizá-la assim que o seu estado de saúde o permitisse.
“A viagem do Papa Francisco esteve prestes a concretizar-se. Mesmo durante a doença, foi confirmada, pois era sua firme intenção visitar a Turquia após a recuperação”, explica o vigário. “A Turquia tinha-se comprometido a recebê-lo de forma extraordinária e generosa”.
Após o falecimento de Francisco, o convite foi renovado por todos — o governo turco, a Igreja Católica local e o patriarca ecuménico Bartolomeu — ao novo Pontífice, Leão XIV, especialmente para a cidade de Niceia, por ocasião do 1700.º aniversário do Concílio.
“Confiamos que esta visita culmine numa celebração ecuménica em Niceia, dando testemunho, nesse lugar simbólico, da unidade de fé entre todos os que acreditam em Cristo”, afirma D. Massimiliano. “Num mundo marcado por divisões, é essencial que os cristãos sejam sinal de unidade para toda a família humana”.
As autoridades turcas, segundo o vigário apostólico, estão empenhadas em garantir “uma receção digna ao Papa e à celebração ecuménica”. O governo está a concluir projetos de infraestrutura que permitirão o acesso aos vestígios arqueológicos do palácio de Constantino, parcialmente submersos no lago İznik, onde, segundo a tradição, se realizou o Concílio de Niceia.
Questionado sobre as expectativas em torno da viagem papal, D. Massimiliano sublinha o desejo de unidade entre os cristãos: “Muitas vezes insistimos nas diferenças e esquecemos o que nos une. É isso que impede a construção de relações fraternas. Precisamos de valorizar a diversidade sem cair na uniformidade, pois a verdadeira comunhão nasce do respeito mútuo”.
O vigário recorda ainda o apelo do Papa Francisco por uma Igreja missionária e sinodal, “que constrói pontes, que dialoga e se faz próxima, sobretudo dos que sofrem”. E conclui com uma invocação: “Que Nossa Senhora, Mãe de Deus, nos conceda a força e a sabedoria para seguir este caminho de unidade e paz”.
A Igreja comemora este ano os 1700 anos do Concílio de Niceia, marco fundamental para o cristianismo. A partir de amanhã, 27 de novembro, e até domingo, o Papa Leão XIV visitará a Turquia — a sua primeira viagem internacional — cumprindo assim o sonho de Francisco de peregrinar ao país que foi berço de tantas figuras do cristianismo primitivo, como São Paulo, São João e, segundo a tradição, a própria Virgem Maria.
Num país de mais de 85 milhões de habitantes, onde vivem apenas cerca de 150 mil cristãos, a visita do Papa é recebida como um sinal de esperança e renovação espiritual.
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