
Transplante cardíaco: próximo passo da ULS Gaia/Espinho na cirurgia cardiovascular
A Unidade Local de Saúde Gaia/Espinho (ULSGE) está a ultimar preparativos para iniciar a realização de transplantes cardíacos, prevendo concretizar esta ambição no prazo de um ano.
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O presidente da ULSGE, Luís Matos, revelou que a instituição atingiu um nível de evolução técnica e científica que torna possível o próximo salto na cirurgia cardíaca: o transplante de coração, com o transplante pulmonar também em perspetiva futura.
Este avanço ocorre apesar de ainda estar em planeamento a construção de um novo edifício, cujo investimento previsto é de cerca de 200 mil euros e que poderá demorar quatro anos a concluir. Contudo, a evolução das cirurgias de transplante não dependerá da nova infraestrutura, uma vez que a ULSGE já dispõe de todos os equipamentos cirúrgicos, materiais e recursos humanos necessários para realizar estas intervenções. O foco da nova infraestrutura será melhorar e não aumentar a capacidade, criando melhores condições de conforto para os doentes e de trabalho para os profissionais, com a construção de três novos edifícios, incluindo um grande centro que reunirá blocos operatórios, unidades de cuidados intensivos, internamentos e áreas de exames diferenciados nas especialidades de cardiologia, cardiotorácica, pneumologia e cirurgia vascular.
A recente implantação do dispositivo de assistência ventricular esquerda HeartMate 3, conhecido como “coração artificial”, representa um marco significativo neste processo. Esta intervenção, realizada a 11 de novembro por uma equipa multidisciplinar da ULSGE, incluiu cirurgiões cardiotorácicos, cardiologistas, intensivistas, perfusionistas, enfermeiros e fisiologistas cardíacos. O dispositivo mecânico auxilia o ventrículo esquerdo do coração a bombear sangue, melhorando a qualidade de vida de doentes com insuficiência cardíaca muito avançada e podendo funcionar como ponte para o transplante ou como terapia definitiva.
O caso clínico envolveu uma doente com insuficiência cardíaca de origem genética sem indicação para transplante, que se encontra a recuperar favoravelmente, tendo já dado os primeiros passos após a intervenção. O diretor do serviço de cirurgia cardiotorácica da ULSGE destacou o impacto desta tecnologia no tratamento da insuficiência cardíaca avançada, realçando o investimento em formação e excelência clínica que permitiu este progresso.
Este processo de capacitação técnica e científica tem contado com a afiliação ao Hospital Universitário de Santiago de Compostela e a colaboração do professor Mandeep Mehra, do Brigham and Women’s Hospital e da Harvard Medical School, reconhecido mundialmente em terapias avançadas para insuficiência cardíaca.
Assim, a ULS Gaia/Espinho posiciona-se como um futuro centro de referência nacional para o tratamento do coração e pneumologia, apostando na inovação tecnológica, formação especializada e melhoria das infraestruturas para oferecer respostas cada vez mais avançadas às necessidades dos doentes com doenças cardiovasculares.
lusa/HN
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