
Maradona morreu há cinco anos e estas perguntas continuam por responder
Estávamos a 25 de novembro de 2020 quando o mundo do futebol susteve a respiração, ao tomar conhecimento da morte de Diego Armando Maradona, um dos melhores jogadores que alguma vez pisou os relvados (e também um dos mais polémicos, fruto daquilo que fez, fora deles), escassos dias depois de ter festejado o 60.º aniversário.
Desde então, as feridas dos apaixonados pelo desporto-rei tiveram tempo para sarar, mas a verdade é que, na Argentina, esta tragédia continua a fazer correr muita tinta, sobretudo, devido à maneira como El Pibe foi tratado, na reta final da sua vida, quando o seu estado de saúde sofreu um declínio acentuado, devido às várias condições que o afligiam.
Oficialmente, o óbito do antigo jogador foi declarado como causa de um edema agudo no pulmão, seguido de uma insuficiência cardíaca aguda. No entanto, a desconfiança por parte da família relativamente à maneira como este foi tratado pela equipa médica que o acompanhava foi tal que o caso acabou mesmo em tribunal.
Semanas antes, Diego Armando Maradona havia sido submetido a uma intervenção cirúrgica, para debelar um hematoma subdural na cabeça, pelo que foi entregue aos cuidados do neurocirurgião Leopoldo Luque, da psiquiatra Agustina Cosachov, do psicólogo Carlos Díaz, da médica Nancy Forlini do coordenador Mariano Perroni do enfermeiro Ricardo Omar Almirón, da enfermeira Dahiana Gisela Madrid e do médico clínico Pedro Di Spagna.
Neste momento, estes oito profissionais são réus no julgamento da morte do antigo internacional albiceleste, sendo que, caso venham a ser considerados culpados de homicídio por negligência, podem mesmo vir a ser condenados a uma pena de prisão efetiva que irá dos oito aos 25 anos.
O primeiro julgamento, recorde-se, começou em outubro de 2024, mas acabou por ser anulado, a 29 de maio do presente ano de 2025, uma vez que a juíza, Julieta Makintach, foi expulsa, depois de ter sido ‘apanhada’ a envolver-se na gravação de um documentário não autorizado sobre o mesmo. O novo tem início marcado para 17 de março de 2026.
Herança milionária também gera ‘guerra’
Em paralelo a este caso, há um outro que prossegue, nos tribunais, e que diz respeito à milionária herança de Diego Armando Maradona. De um lado, estão as suas cinco irmãs, representadas pelo advogado do próprio, Matías Morla, que possuem a marca ‘Diego Maradona’, que lhes foi entregue antes de este morrer.
Do outro, estão os cinco filhos legítimos de El Pibe, Dalma, Gianinna, Diego Júnior, Jana e Diego Fernando, que entendem ser os justos detentor dessa propriedade intelectual, por herança, sendo que Dalma, Gianinna e Jana alegam mesmo a existência de fraude, por apropriação indevida.
Natural de Lanús, Diego Armando Maradona deu os primeiros passos no mundo do futebol ao serviço do Argentinos Juniors, antes de, em 1981, ter rumado ao Boca Juniors, onde deu nas vistas ao ponto de chamar a atenção do Barcelona, que acabou por abrir-lhe as portas do futebol europeu.
Daí em diante, somou passagens por Napoli, Sevilla e Newell’s Old Boys, antes de voltar ao Boca Juniors, em 1996, ‘pendurando as chuteiras’, dois anos depois. Pelo meio, conquistou uma Taça UEFA, um título de campeão argentino, uma Taça do Rei, uma Supertaça de Espanha, uma Taça da Liga espanhola, duas Series A, uma Taça de Itália e uma Supertaça de Itália.
No entanto, o ponto mais alto da carreira foi atingido em 1986, quando conduziu a principal seleção da Argentina à conquista do Campeonato do Mundo, disputado no México.
Leia Também: Caso Maradona: Juíza afastada por colaborar em segredo com série de TV






