
Marcelo rejeita mudanças apressadas na Saúde: “Não se deve começar um edifício pelo telhado”
O Presidente da República afirmou esta quarta-feira, no Entroncamento, que os desafios do setor da Saúde não podem ser enfrentados com reformas superficiais, defendendo que a solução passa por uma definição clara da orientação política e da gestão do sistema público.
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“Não se deve começar um edifício pelo telhado. Deve-se começar pelos fundamentos, pelos alicerces”, disse aos jornalistas, após um encontro com cuidadores informais.
Para o Chefe de Estado, há duas questões centrais por resolver: a orientação política do sistema de saúde e o modelo de governação do Serviço Nacional de Saúde (SNS). “Uma orientação política é o que dá este peso ao público, este peso ao social e este peso ao privado. Como é que é? Em que termos? É preciso, um dia, definir isto durante um tempo”, referiu.
Na vertente da gestão, o Presidente levantou várias dúvidas quanto à atual configuração institucional. “Dentro do público, como é que é gerido? Gere o ministério, como acontecia antigamente? Gere a comissão executiva? Gerem os dois? Se amanhã houver poder nas comissões regionais, gerem os três?”, questionou.
Marcelo considerou ainda que sem estas respostas fundamentais, tudo o resto se torna disfuncional: “Se não se começa pelos alicerces depois tudo começa a não jogar. É como um puzzle em que nenhuma peça joga certa”, exemplificou.
Confrontado com a hipótese de o atual Governo promover uma reforma estrutural semelhante à de Cavaco Silva em 1990, Marcelo rejeitou a ideia por considerar que seria um passo precipitado.
Na semana anterior, o Presidente tinha já descrito o estado da Saúde como “complicado”, acusando o Governo de uma gestão “casuística”, marcada por “soluções para o curtíssimo prazo” e “linhas cinzentas” nas responsabilidades entre Executivo e Direção Executiva do SNS.
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