
PS assume pelouros em Cascais, mas sai se Chega também assumir competências
Os dois vereadores do PS na Câmara de Cascais aceitaram pelouros, através de acordo com o presidente da autarquia, Nuno Piteira Lopes (PSD), mas, se o Chega também assumir competências, os socialistas retiram-se, admitiu o vereador João Ruivo.
“Só houve uma condição, e essa condição advém daquilo que foi o acordo assinado por todos os candidatos socialistas com o secretário-geral”, em Coimbra. “O Partido Socialista não faz parte de nenhum órgão executivo onde esteja também o Chega. E essa condição foi aceite e, por isso, chegámos a acordo”, afirmou à Lusa o socialista João Ruivo.
O autarca aceitou assumir competências, juntamente com Alexandra Domingos, no executivo presidido por Nuno Piteira Lopes, eleito pela coligação Viva Cascais (PSD/CDS-PP), que venceu as eleições autárquicas de 12 de outubro, mas sem maioria absoluta, ficando-se por cinco eleitos, seguindo-se o PS, o independente João Maria Jonet e o Chega, com dois eleitos cada.
“O Chega até pode aceitar pelouros, mas nesse momento o PS sai. Com o PS no executivo com pelouros, o Chega não vai estar”, reforçou João Ruivo.
O presidente da autarquia assumiu, na sequência dos resultados eleitorais, que pretendia contactar com todos os restantes eleitos para poderem trabalhar em benefício do concelho e admitiu ser possível um entendimento com o PS e o Chega, após Jonet descartar essa possibilidade “dadas as divergências grandes” com a Viva Cascais.
“Ontem [quinta-feira] foi aprovada a possibilidade de o executivo poder ter até nove vereadores a tempo inteiro, neste momento temos cinco vereadores, da coligação Viva Cascais, e dois vereadores do Partido Socialista que já se encontram alinhados para um bem maior, que é o de trabalhar para Cascais”, salientou Piteira Lopes, em declarações à Lusa.
O social-democrata acrescentou que ainda existe “a possibilidade de atribuir mais dois tempos” e, nesse sentido, mantém-se “aberto e disponível para continuar a dialogar com todos”, pois “sempre disse, com ou sem maioria absoluta”, que quer “trabalhar com todos” que “podem contribuir mantendo a sua independência”, a “sua integridade” e “a sua disciplina, mas continuar a trabalhar” em “conjunto para defender sempre Cascais”.
As conversas com o PS, prosseguiu, “partiram de uma base completamente transparente, completamente clara, numa confiança absoluta e numa integridade completa entre aquilo que são os interesses da coligação Viva Cascais e os interesses do Partido Socialista”.
João Ruivo considerou que “seria irresponsável” se Piteira Lopes não falasse com os dois eleitos do Chega, mas vincou que o PS aceitou pelouros “para ser um garante de estabilidade”.
“Estamos aqui para ser um garante de que as pessoas estão primeiro, de que Cascais está primeiro”, argumentou, notando que o compromisso com entidades económicas e sociais do município só é possível “se existir uma estabilidade governativa” que permita a “alteração de algumas políticas a favor das pessoas”.
No entanto, não aceitam “que o Chega faça parte de uma equipa executiva” em que estejam, pois trata-se de “um compromisso nacional do Partido Socialista”, que foi “assinado ainda antes das eleições”.
“No acordo nenhum partido está a capitular em relação ao outro. O nosso acordo é de dar estabilidade naquilo que são as ferramentas principais de gestão e que todos os partidos continuam a ser livres de poder votar a favor, de poder votar contra, aquilo que são todas as outras propostas que vão à reunião de câmara”, salientou.
Num despacho de quinta-feira, hoje divulgado, Nuno Piteira Lopes assume, entre outras, a Polícia Municipal, Proteção Civil, Segurança, Assuntos Jurídicos, Comunicação e Protocolo, Gestão Financeira e Patrimonial, Planeamento Estratégico, Turismo e Ensino Superior.
O vice-presidente Luís Capão fica responsável pela Cultura, Ambiente e Sustentabilidade, Alterações Climáticas, Cidadania e Mobilidade, Ana Coimbra pelo Licenciamento Urbanístico, Reabilitação Urbana e Obras, António Morais Soares por Desenvolvimento Social, Saúde, Igualdade de Género e Juventude, e Frederico Nunes pela Fiscalização Municipal, Recursos Humanos, Habitação, Associativismo e Veterinário Municipal.
O socialista João Ruivo fica com Desenvolvimento e Promoção Económica e Licenciamento de Atividades Económicas, e Alexandra Domingos com Captação de Recursos, Projetos Comparticipados e Fundos Comunitários e Emprego e Estratégia de Smart Cities.
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