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ESEUC lidera projeto de IA para apoio a doentes oncológicos em ambulatório

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Uma equipa multidisciplinar liderada pela Escola Superior de Enfermagem da Universidade de Coimbra (ESEUC) está a desenvolver um sistema de apoio à decisão clínica baseado em inteligência artificial (IA) destinado a melhorar o acompanhamento dos doentes oncológicos em tratamento ambulatório. 

O projeto, designado “Digital Person”, tem como objetivo permitir a monitorização remota do estado de saúde dos doentes que realizam tratamentos hospitalares apenas durante algumas horas por dia, regressando posteriormente ao domicílio, onde podem sentir os efeitos adversos da terapêutica sem a presença imediata de profissionais de saúde.

Este sistema inovador permitirá acompanhar, à distância, o bem-estar do doente em casa ou no local de trabalho, identificando precocemente sinais que necessitam de atenção e ajudando a equipa de saúde a ajustar os cuidados de forma personalizada. Para além dos dados clínicos objetivos, como exames e medições, o sistema terá em conta a experiência subjetiva do doente, incluindo sintomas como cansaço, dor, alterações do sono e do apetite, aspetos fundamentais para adaptar o tratamento às necessidades individuais.

Atualmente, os sistemas de monitorização baseiam-se principalmente em dados objetivos, mas o mal-estar pode manifestar-se antes de estes valores atingirem níveis críticos. A inteligência artificial surge assim como uma ferramenta capaz de identificar padrões em conjuntos de informação muito variados, facilitando a deteção precoce de alterações no estado do doente que seriam difíceis de reconhecer apenas pela observação humana.

O projeto integra recomendações multidisciplinares elaboradas por profissionais de saúde de diferentes áreas, incluindo médicos, enfermeiros, farmacêuticos, psicólogos e nutricionistas, para lidar com sintomas comuns da terapêutica oncológica, como náuseas, vómitos e fadiga. Estas recomendações abrangem medidas de alívio, hidratação adequada, acompanhamento farmacêutico e nutricional, atividade física adaptada, alimentação equilibrada e apoio psicológico.

Assente numa abordagem ética e centrada na pessoa, o “Digital Person” envolve representantes de doentes como parceiros no desenho e validação do sistema, garantindo que este reflete as suas necessidades, preferências e valores. A tomada de decisão será partilhada, com a IA a funcionar como um apoio, e não como substituto, dos profissionais de saúde, respeitando sempre a autonomia individual.

Além de melhorar a qualidade do acompanhamento, o sistema contribuirá para reduzir desigualdades no acesso a cuidados de qualidade, ao permitir a monitorização remota independentemente da localização geográfica do doente e das dificuldades de mobilidade associadas.

O projeto, financiado pelo programa Compete 2030 e pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), tem um orçamento global de quase 250 mil euros e está previsto para desenvolvimento até maio de 2028. A equipa é constituída por investigadores e profissionais das áreas da saúde, engenharia de software, inteligência artificial e inclui também doentes-parceiros. Entre os parceiros estão o Departamento de Engenharia Informática da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra e o Instituto Português de Oncologia de Coimbra Francisco Gentil.

NR/PR/HN

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