
Coordenadoras de Emergência Médica contra substituição de modelo
42 coordenações de Viaturas Médicas de Emergência e Reanimação (VMER) e a Equipa Médica de Intervenção Rápida (EMIR) da Região da Madeira alertam “para os riscos” de se desmantelar o Sistema Integrado de Emergência Médica (SIEM). Em comunicado enviado à ministra da Saúde e à Comissão Parlamentar de Saúde, defendem que o modelo português de emergência médica, ” tem garantido qualidade, segurança e equidade na resposta pré-hospitalar”.
Segundo os subscritores, a emergência médica não é um exercício de improviso, nem “um espaço para experimentação ideológica, mas um domínio de rigor, ciência e responsabilidade pública”.
“O modelo português de emergência médica, baseado em equipas médico — enfermeiro integradas e supervisionadas, é o que melhor serve os doentes e garante qualidade, segurança e equidade na resposta”, defenderam.
Segundo os coordenadores das VMER, “a literatura é clara” e aponta que “o socorro medicalizado salva mais vidas e reduz as sequelas”, tem maior taxa de sobrevivência após paragem cardiorrespiratória (35,6% contra 9–12%), melhor controlo da dor e estabilização hemodinâmica e respiratória mais rápida.
“Conclusão: Substituir este modelo maduro e diferenciado por alternativas indiferenciadas, importadas de realidades alheias à nossa cultura clínica e ao nosso sistema, seria um erro grave, pago em vidas”, sublinharam, citados pela agência Lusa.
Os coordenadores das VMER demonstram ainda “apoio inequívoco” a uma proposta conjunta da Ordem dos Médicos e da Ordem dos Enfermeiros, datada de 14 de outubro de 2025, em que são apresentadas propostas para reforçar os três níveis de suporte existentes, fortalecer os centros de orientação de doentes urgentes (CODU) e investir numa formação acreditada e contínua.
“O SIEM é uma conquista coletiva — um modelo que alia rapidez à competência, decisão à humanidade. É um património técnico e moral que deve ser preservado e fortalecido. Desmantelá-lo seria um retrocesso histórico. O que se exige é investir na formação, valorizar as equipas, consolidar o papel do INEM e preservar a matriz médico-enfermeiro que o distingue e o torna exemplar”, concluíram.
 
 
 
 
 






