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Cientistas avançam no tratamento da infertilidade criando óvulos artificiais

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Os cientistas continuam a avançar no tratamento da infertilidade e conseguiram criar óvulos a partir de outras células com sucesso pela primeira vez, numa experiência que já levantou várias questões éticas significativas.

Num estudo publicado na terça-feira na revista Nature Communications, os investigadores descrevem como transformaram as células da pele em ovócitos capazes de serem fertilizados pelos espermatozoides.

Este é um passo importante para uma ideia que atualmente roça a ficção científica, tratar a infertilidade em algumas mulheres que já não conseguem ou deixam de conseguir produzir ovócitos criando-os a partir de outras células.

“Isto também permitiria que casais do mesmo sexo tivessem um filho geneticamente relacionado com ambos os parceiros”, referiu à agência France-Presse (AFP) uma das autoras do estudo, Paula Amato, investigadora da Universidade de Saúde e Ciência do Oregon, nos Estados Unidos.

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Os riscos são elevados, uma vez que países como a França enfrentam uma escassez de gâmetas doados em comparação com a procura.

No entanto, Amato alertou imediatamente que serão necessários pelo menos dez anos para que a sua investigação beneficie finalmente os doentes inférteis.

O seu trabalho faz parte de um campo de investigação em expansão, a “gametogénese in vitro”.

Esta investigação já levou a avanços significativos e, no início de 2025, investigadores japoneses reproduziram ratinhos a partir de dois pais biológicos.

O estudo da Nature, no entanto, vai muito mais além. Desta vez, foram utilizadas células humanas na experiência, ao ponto de se desenvolverem em embriões, embora estes tenham sido rapidamente destruídos.

Os investigadores, sediados nos Estados Unidos, removeram os núcleos dos ovócitos e substituíram-nos por aqueles que foram retirados de células da pele. .

Esta técnica, chamada “transferência nuclear”, é conhecida há muito tempo por clonar animais sem fertilização, como a icónica ovelha Dolly, em 1996.

Mas aqui, o objetivo era garantir que a célula pudesse ser fertilizada por um espermatozoide. Isto só é possível se ela tiver 23 cromossomas, aos quais se juntam os 23 do espermatozoide.

No entanto, como todas as células não reprodutoras, as células da pele possuem 46 cromossomas. Os investigadores removeram, por isso, metade deles, usando uma técnica a que chamaram “mitomeiose”.

De seguida, tentaram fertilizar essas células com espermatozoides. Destes óvulos candidatos, cerca de dez desenvolveram-se em embriões que duraram alguns dias, uma fase teoricamente suficiente para os implantar numa paciente durante a fertilização in vitro.

No entanto, estes embriões continham inúmeras anormalidades, um sinal de que a investigação ainda está em fase de experiência em laboratório e não de um avanço médico concreto.

Outros cientistas estão a seguir um caminho diferente, mas igualmente promissor, ao procurarem “reprogramar” as células não reprodutoras, trazendo-as de volta a um estádio em que seriam indiferenciadas, ou seja, ainda não especificamente células da pele, do coração ou do cérebro. .

Aqui, mais uma vez, a promessa é usá-las para criar um ovócito capaz de gerar um embrião.

Toda esta investigação está já suficientemente avançada para que os reguladores questionem a estrutura que um dia deveria ser dada a tal avanço médico, seguindo o exemplo da Agência Francesa de Biomedicina.

Numa publicação no seu “site” na quinta-feira, a agência acredita que a criação artificial de gâmetas “poderá mudar profundamente o panorama da reprodução humana”.

É “provável que altere profundamente a dinâmica da formação familiar, as normas sociais que rodeiam a reprodução e os laços genéticos que as fundamentam”, acredita a agência pública.


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