
Um terço dos jovens europeus admite não ter condições para ter filhos
Cerca de um terço dos jovens europeus não querem ter filhos. É umas das conclusões de um barómetro sobre fertilidade, que inquiriu mais de 30 mil europeus entre os 21 e 38 anos.
A realidade em Portugal assemelha-se ao que se passa nos restantes países da Europa.
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À Renascença, Pedro Moura, um dos porta-vozes do estudo, explica que os problemas económicos, a falta de informação e as prioridades pessoais estão entre as principais razões que levam a que os jovens não queiram ter filhos.
“Se calhar, está mais ligado ao poder do que ao querer e, de facto, as questões que são apontadas para esta decisão – não surpreendentemente – têm a ver com as certezas económicas”, diz.
Segundo Pedro Moura, “estamos a falar, obviamente, do problema da habitação, mas estamos a falar também do problema das creches, de quem fica, depois, com as crianças, e estamos a falar também de um outro pilar, para além destes, meramente económicos, que são as chamadas prioridades pessoais”
“E depois há um terceiro pilar, ainda que preocupante, que é a falta de informação sobre temas de fertilidade”, completa.
Pedro Moura alerta ainda para a falta de literacia entre os jovens sobre questões de fertilidade. O barómetro mostra que quase metade dos inquiridos nunca falou com um médico sobre o tema.
“49% – portanto, um pouco menos de metade dos inquiridos – alguma vez, na sua vida, discutiram fertilidade com o médico. Pois, se nunca discutiram com o médico, se calhar é porque há uma combinação de falta de perguntas e falta de respostas”, aponta.
Sete em cada dez jovens consideram que o acesso a técnicas de preservação da fertilidade – como a criopreservação de óvulos ou espermatozoides – numa idade mais jovem lhes permitiria decidir com mais autonomia se e quando querem ter filhos e 77% defendem que estas opções devem ser mais debatidas publicamente, para combater o estigma.
Ao longo dos últimos quatro anos, o Barómetro Future, elaborado pela Merck, procurou compreender as expectativas e preocupações das novas gerações sobre o futuro da Europa, incluindo temas como saúde, inovação, sustentabilidade e parentalidade.
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