
BE, PAN e Livre concorrem em coligação à Câmara de Cascais
É uma das primeiras coligações à esquerda para as eleições autárquicas. Em Cascais, o Bloco de Esquerda, o PAN e o Livre chegaram a um acordo de coligação para a candidatura aos órgãos autárquicos.
Segundo apurou a Renascença, o Bloco de Esquerda indica o candidato à Câmara, o Livre terá o primeiro lugar na lista à Assembleia Municipal e o PAN vai liderar a lista de duas das quatro assembleias de freguesia.
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O bloquista Alexandre Abreu volta a ser o cabeça de lista à Câmara de Cascais, agora pela coligação que integra também o Livre e o PAN.
Em declarações à Renascença, o economista e professor do ISEG garante que esta aliança é, acima de tudo, uma convergência de políticas para ser alternativa à atual coligação de PSD e CDS que governa a autarquia há vários anos.
“Não é apenas um arranjo de conveniência com o objetivo de somar mais votos, é realmente uma vontade de trabalhar um caminho conjunto, de procurarmos convergências em termos de proposta política, de sermos mais fortes, e desejavelmente até conseguir que nestas eleições seja possível uma mudança de rumo e que não seja o PSD e CDS a continuar a liberar os destinos da autarquia”, diz Alexandre Abreu.
Os três partidos, que atualmente não têm representação no executivo camarário, dizem que esta coligação procura assumir-se “como um polo agregador do campo democrático, ecologista e progressista em Cascais”.
As principais prioridades da coligação são “aumentar a oferta de habitação a custos acessíveis, a garantia de transportes públicos gratuitos, rápidos e de qualidade para todos os que vivem ou trabalham em Cascais”.
Travar direita e os “atentados” ambientais
A coligação quer ainda travar o que chama de atentados ambientais da atual gestão, como a “destruição da Quinta dos Ingleses ou o alargamento do tráfego aéreo no Aeródromo Municipal de Cascais”.
Alexandre Abreu considera que a coligação tem hipóteses de ter um bom resultado porque, no concelho, a direita está fragmentada, com vários candidatos que concorrem às eleições de 12 de outubro.
“Se reparar, à direita temos, neste momento, não só dois putativos candidatos da área do Chega, o candidato da Iniciativa Liberal, o candidato da ligação PSD-CDS e ainda o João Maria Jonet. À esquerda, e do lado progressista-ecologista, aquilo que nós queremos passar é uma imagem de união, de convergência”, refere o bloquista.
O candidato da coligação à Câmara de Cascais revela que o PCP foi também contactado para integrar este acordo, mas recusou o convite.
“Efetivamente, no início procurámos que a convergência fosse tão alargada quanto possível, tivemos esses contatos ativamente, o convite foi declinado, não foi possível avançar, mas estamos muito satisfeitos com esta configuração da coligação”, diz o candidato.
A apresentação da coligação está marcada para 20 de julho e vai contar com os líderes dos três partidos: Inês de Sousa Real, Mariana Mortágua e Rui Tavares.
A coligação quer marcar a pré-campanha eleitoral com várias conversas que vão contar com a participação do maestro António Victorino D’Almeida, o ativista anticorrupção João Paulo Batalha, o advogado Ricardo Sá Fernandes, o músico Rao Kyao, o antigo diretor do Jardim Botânico de Lisboa Fernando Catarino, o biólogo Luís Cancela da Fonseca e o presidente da Associação Nacional de Unidades de Saúde Familiar, André Biscaia.
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