
Falta de professores no “topo das preocupações” dos pais
A Confederação das Associações de Pais (CONFAP) elege a falta de professores e de assistentes operacionais como uma das suas grandes preocupações.
Em declarações à Renascença, no final do seu congresso, este sábado na Trofa, a sua presidente Mariana Carvalho insistiu na denuncia da falta de quadros.
“No topo está a falta de professores, é uma questão que nos preocupa muito, porque falta-nos aqui a competência e os professores para estarem a ensinar os nossos filhos. Mas a par disso, temos também a questão dos assistentes operacionais, que são escassos”, afirma a responsável.
Mariana Carvalho revela que o problema dos assistentes ganha maior dimensão em alguns municípios e adianta que “a descentralização de competências acabou por trazer desafios” de que não estavam à espera, porque se “em alguns municípios, a situação melhorou significativamente, porque o município está muito próximo das escolas, das famílias”, outros há onde se “agudizou este problema”. “E portanto, é muito díspar aquilo que as famílias e as associações de pais sentem quanto à descentralização de competências”, acrescenta.
Para ajudar a resolver o problema, Mariana Carvalho diz que “é fundamental que se crie uma carreira de assistente operacional e que se desenvolva a sua formação inicial, mas também contínua”.
“A saúde mental e emocional também está no topo das nossas preocupações, porque vamos percebendo que temas como a indisciplina, as frustrações, a violência, acaba por estar também presente nas nossas vidas e nas nossas comunidades educativas, e temos que tentar perceber de facto o que é que nós podemos fazer também, enquanto pais e mães encarregados de educação, porque somos todos exemplos dos nossos filhos”, adianta a responsável.
“Muito daquilo que falamos hoje é que muito mais do que os nossos filhos aprenderem, ou nós lhes ensinarmos a ler e escrever ou a fazer contas, é fundamental que esteja no topo das nossas preocupações a questão dos nossos valores humanos, a questão do bom ser humano, de os nossos filhos serem boas pessoas, de serem capazes de promover a entreajuda e a respeitar o próximo”, acrescenta.
Preocupação crescente é a da integração dos alunos provenientes da imigração. Mariana Carvalho diz que, por vezes, a escola e as famílias não estão preparadas para acolher. A responsável sublinha que “nós recebemos muito bem todas as pessoas que vêm, seja de outros países, seja de outros contextos e realidades”, mas admite que “muitas vezes a escola não está, e mesmo nós famílias, não estamos preparados para isso, não temos conhecimentos suficientes, e também não conseguimos acompanhar, seja determinadas línguas, seja determinados contextos ou mesmo culturas”. “Temos também muitas vezes a questão da alimentação, que é muito diferente”, acrescenta.
Sobre o novo Governo, cujo ministro se mantém, a presidente da CONFAP diz esperar o aprofundar do relacionamento. Mariana Carvalho espera que “haja abertura para se prosseguir com o diálogo depois de um primeiro ano que foi de diagnóstico, que serviu para se perceber como está a nossa educação”. “A nossa expectativa é que haja de facto essa abertura, que continue a haver esta abertura porque o diagnóstico já está feito, o governo já tem mais dados e, portanto, agora vamos efetivar algumas questões que são essenciais”, conclui.
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