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“Ignorar também é ser cúmplice”. “Flashmob” da Cruz Vermelha alerta para o isolamento dos idosos

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Ao som de música de cartazes em punho, meia centena de idosos juntaram-se esta sexta-feira num “Flasmob” no exterior da estação de metro da Trindade, no Porto, para lutar contra o isolamento dos idosos.

A inciativa, no âmbito do projeto “Sempre Acompanhados” da Cruz Vermelha Portuguesa, antecipa o Dia Mundial da consciencialização da violência contra a pessoa idosa, que se assinala este domingo.

Na memória dos presentes estão “os invisíveis que estão em casa sozinhos, a ser vítimas de violência doméstica, financeira e não conseguem ter voz”, confessa à Renascença a coordenadora do projeto, Ângela Ferraz.

“A violência não é só física nem psicológica, é o negligenciar, o não prestar o cuidado, o não permitir à pessoa que envelheça com dignidade. Isto é um fenómeno muito recorrente, principalmente nesta zona histórica do Porto”, alerta.

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O "Flasmob" da Cruz Vermelha traz animação à estação de metro da Trindade, no Porto. Foto: Inês Rocha/RR
O “Flasmob” da Cruz Vermelha traz animação à estação de metro da Trindade, no Porto. Foto: Inês Rocha/RR
Mais de meia centena de pessoas marcaram presença na ação da Cruz Vermelha Portuguesa. Foto: Inês Rocha/RR
Mais de meia centena de pessoas marcaram presença na ação da Cruz Vermelha Portuguesa. Foto: Inês Rocha/RR
"Ignorar também é ser cumplice" e "E se fosse teu avô" foram as palavras de ordem neste animado protesto. Foto: Inês Rocha/RR
“Ignorar também é ser cumplice” e “E se fosse teu avô” foram as palavras de ordem neste animado protesto. Foto: Inês Rocha/RR


O animado protesto acontece um dia depois de serem conhecidos dados da Associação Portuguesa do Apoio à Vítima (APAV), que dão conta de que os crimes contra idosos subiram 8,5% nos últimos quatro anos, sendo a violência doméstica o mais praticado (78%).

A maioria dos agressores, segundo a APAV, são homens com idades compreendidas entre os 18 e os 64 anos (30,1%), sendo que 31,4% são filhos das vítimas.

Ângela Ferraz diz “não existir justificação para a violência”, mas pede que seja prestada mais atenção à saúde mental dos cuidadores.

A coordenadora lamenta que “não haja resposta a nível social que permita às pessoas envelhecer com dignidade”. “Não estou a justificar a violência, mas quando responsabilizamos aos familiares este cuidado”, que ao mesmo tempo “têm o trabalho e o cuidado dos filhos” a saúde mental “é colocada em causa”, diz.

“Não é fácil ser mais velho em Portugal, não é fácil ter contribuído para este país com o trabalho e chegar a esta fase de vida e não ter o apoio necessário”, remata.

“A velhice está muito abandonada”

Trazida pelo filho para estas andanças, Maria Gonçalves, de 74 anos, já participa pela quarta vez nos flashmob da Cruz Vermelha Portuguesa. Uma “ação muito importante” nas palavras da reformada, “porque não temos um governo que olhe para os idosos”.

“O idoso está muito mal acompanhado, não dão atenção. Não se lembram que já trabalharam para os novos uma vida inteira e agora não são compensados”, lamenta.

A esta festa contra o isolamento juntaram-se também jovens da Escola Profissional Profitecla do Porto. A estudante Letícia Cardoso, de 16 anos, admite que “a própria rotina e o trabalho impliquem o esquecimento”, mas reforça que estas pessoas “não perderam a vida, ainda têm muito para dar até ao seu final”.


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