
Marques Mendes: “Um voto em mim não é um tiro no escuro”
Luís Marques Mendes, candidato à presidência da República, lembra que tem várias décadas de experiência política e afirma por isso que um voto nele não é um “tiro no escuro”.
Perante uma sala cheia, para apresentar a comissão de honra da sua candidatura a Belém, Marques Mendes assinalou – sem nunca mencionar o seu adversário, Henrique Gouveia e Melo – que o seu percurso dá previsibilidade no voto em si.
“Os portugueses conhecem as minhas qualidades, até os meus defeitos. Foram 22 anos de cargos públicos mais doze anos de comentário em televisão”, começou por dizer.
Logo depois Luís Marques Mendes concluiu: “São muitos anos de escrutínio e experiência acumulada, o que tem uma consequência clara, um voto na minha candidatura não uma aventura, nem um voto no desconhecido, nem um tiro no escuro“, atira.
Calhou ser a noite em que também António José Seguro, ex-líder do PS, anunciou que vai entrar na corrida à presidência – mas sobre isso nem uma palavra no quartel-general de Marques Mendes.
O candidato propõe uma medida simbólica: nomear um jovem para o Conselho de Estado, não para substituir a experiência de outros conselheiros mas para “dar sangue novo”.
Marques Mendes considera que o presidente da República tem de encontrar consensos e não pode ficar-se só pelo da palavra: “Sei bem que o Presidente da República não governa, mas também não pode ficar por generalidades ou lugares comuns”.
E dá a alternativa: “O Presidente da República tem de passar a ser um mediador, um construtor de pontos entre Governo e partidos da oposição, para resolver bloqueios e impasses que se arrastam há tempo demais”.
O antigo advogado e antigo líder do PSD abordou ainda o tema da guerra no Médio Oriente para condenar veementemente a retaliação “desproporcionada” por parte de Israel na faixa de Gaza.
“Não podemos condenar os ataques russos a civis na Ucrânia e depois não condenar o mesmo tipo de ataques na Faixa de Gaza, não pode haver dois pesos e duas medidas”, defende o candidato a Belém.
Marques Mendes acredita que Israel “tem todo o direito a defender-se” do Hamas, mas considera que a resposta tem sido “injustificadamente desproporcionada” e remata: “Há que ter valores”.
Moedas atira a Rui Rio
Antes de Marques Mendes discursou Carlos Moedas, presidente da Câmara de Lisboa, que fala numa pessoa que “sempre o apoiou” e que foi dos poucos que sempre acreditou na sua vitória nas autárquicas de 2021. Usando esse pretexto pessoal, Moedas vincou depois que não é por isso que o apoia na corrida a Belém.
“O apoio a um candidato pessoal não se declara por amizades ou inimizades, por estados de alma ou caprichos voláteis. Nem por desejos de vingança pessoais ou políticos“, afirmou o autarca lisboeta, numa parte do discurso que foi interrompida por aplausos.
A razão? A frase foi interpretada como uma resposta a Rui Rio, antigo líder do PSD, com quem Marques Mendes não tem a melhor relação, e que apoiou recentemente Henrique Gouveia e Melo à presidência da República.
“Isto não é um jogo de futebol”
Leonor Beleza, antiga ministra da Saúde e conselheira de Estado lançou uma farpa em resposta a Henrique Gouveia e Melo, que esta semana descreveu a função presidencial como a de um árbitro.
“O Presidente da República não é um árbitro, isto não é futebol“, alertou a também vice-presidente do PSD, durante esta terça-feira à noite, na União de Associações do Comércio e Serviços (UACS), em Lisboa.
Leonor Beleza afirma que apoia Luís Marques Mendes “por ele ser quem é”, reconhece uma capacidade de “reformar” ao antigo advogado e comentador televisivo e fala num candidato com a experiência política que o cargo exige.
Governo em peso
Na sala estiveram presentes membros do Governo: Paulo Rangel, ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Miranda Sarmento, ministro das Finanças, Miguel Pinto Luz, ministro das Infraestruturas, Castro Almeida, ministro da Coesão Territorial, Leitão Amaro, ministro da Presidência.
Além destes, até Carla Castro, antiga deputada da Iniciativa Liberal, Carlos Coelho, antigo eurodeputado do PSD, Duarte Pacheco, ex-deputado do PSD marcaram presença.
António Sala, Toy e Padre Lino Maia apoiam Marques Mendes
Na comissão de honra estão figuras como Tony, treinador de futebol e antigo jogador do Benfica, António Sala, antigo locutor de rádio na Renascença e apresentador de televisão, Toy, cantor, Francisco Calheiros, presidente do Turismo de Portugal, Miguel Ferreira da Silva, fundador da Iniciativa Liberal, Paula Teixeira da Cruz, ex-ministra da Justiça, Teresa Portela, atleta olímpica, Padre Lino Maia, presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade Social (CNIS) ou Carlos Lisboa, antigo basquetebolista.
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