
Um mês depois do apagão: “Foi uma aprendizagem para implementar melhorias”
Ao todo, são nove os hospitais que constituem a Unidade Local de Saúde de São José: Capuchos, Santa Marta, S. José, D. Estefânia, Curry Cabral, São Lázaro, Júlio de Matos, Maternidade Alfredo da Costa e o Instituto de Oftalmologia Gama Pinto.
Dos 17 grupos geradores existentes nestes hospitais, só um não arrancou automaticamente. O problema, depois, foi ter combustível suficiente para garantir o seu funcionamento durante as cerca de dez horas em que não houve energia elétrica. Mas essa questão vai ser resolvida.
“Vamos colocar um depósito de 1500 litros de combustível em cada um destes 17 grupos de geradores, bem como vamos criar redundância de geradores em alguns hospitais”, como na Maternidade Alfredo da Costa e no Hospital dos Capuchos, esclareceu a presidente do conselho de administração. A primeira tem o serviço de neonatologia, onde é fundamental manter em funcionamento várias máquinas, tal como no serviço de transplante de medula óssea do Hospital dos Capuchos.
Rosa Valente Matos, a presidente do Conselho de Administração da ULS de São José, adianta ainda que uma das áreas em que se verificaram problemas foi no acesso à informática para ter, por exemplo, acesso à informação sobre medicação a ministrar aos doentes.
“Para a área da medicação, vai ser enviado, diariamente, para um computador de cada serviço, um documento em PDF, de forma a salvaguardar a informação sobre a medicação” já ministrada aos doentes, explica Rosa Valente Matos, que revela que outra das dificuldades detetadas durante o apagão foi a transmissão de dados entre as unidades que constituem a ULS de São José.
“Vamos implementar um sistema baseado em fibra escura, entre o Data Center que está centralizado no Hospital de São José e os outros hospitais, que não depende de qualquer operadora”, esclarece.
Ao contrário das redes de telecomunicações tradicionais, a fibra escura não utiliza sinais elétricos, mas sim sinais óticos para enviar informações através de fibra ótica, não dependendo, como ouvimos, de qualquer operadora de telecomunicações.
Para além da comunicação de dados, houve também dificuldades nas comunicações de voz, que também já têm uma solução, em caso de emergência. “O que vamos fazer, e vamos instalar já, porque considero uma medida urgente, é ter um telefone via satélite me cada polo para mitigar este problema”, acrescentou Rosa Valente Matos, para que, ao contrário do que aconteceu a 28 de abril, não tenham de andar de automóvel, entre hospitais, para saber como estava a correr a prestação de cuidados à população.
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