
PCP.”Se os que querem alterar a Constituição, se empenhassem na sua concretização a vida estaria muito melhor”
O secretário-geral do PCP admite que “é sempre possível melhorar o texto” da Constituição, mas realça que o “problema não é a letra da Constituição, o problema é que cada artigo deve ser uma realidade na vida de cada um”.
No final de uma reunião de cerca de uma hora com o Presidente da República, no Palácio de Belém, Paulo Raimundo defendeu por isso não ser urgente a revisão constitucional. O comunista considera ser antes essencial aplicar os direitos da Lei Fundamental. “Não precisamos de alterar o artigo 65º sobre o direito à habitação, precisamos é de o cumprir dando o direito a todos”, exemplificou.
Paulo Raimundo recorreu ainda ao artigo sobre o direito ao acesso a Serviço Nacional de Saúde para defender que não são necessárias alterações, mas antes “contratar médicos” para cumprir o direito. “Se aqueles que estão tão preocupados e querem empenhar tanto tempo a alterar a Constituição, se empenhassem na sua concretização, a vida de quem vive no país estaria muito melhor”, afirmou.
Em Belém, o comunista manifestou ainda confiança nas eleições autárquicas. Sem responder se estará disponível para conversar com os restantes partidos à esquerda, como foi sugerido pelo Livre, Paulo Raimundo afirma que “há forças com provas dadas no local e a CDU é uma delas“. O secretário-geral do PCP diz que é isso “que quer alargar” realçando que “em nenhum momento da nossa democracia se viu uma tradução dos votos das legislativas para as autárquicas”.
Quanto aos resultados de domingo, Paulo Raimundo interpreta os resultados do PCP “como de resistência” afirmando que vai manter uma postura de “combate” às politicas da direita.
Sobre o encontro com Marcelo Rebelo de Sousa, o secretário-geral do PCP começou por realçar a necessidade de Portugal intervir no “genocídio” em Gaza. Paulo Raimundo considera que “não é possível continuar calado e na profunda hipocrisia e cinismo” sobre o que está a acontecer na Palestina. ” O Governo de Portugal tem obrigação de fazer mais do que aquilo que tem feito”, sublinhou.
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