
Mulher ventilada em casa morreu durante apagão
Uma mulher de 77 anos que estava ventilada em casa, no Cacém, concelho de Sintra, morreu durante o apagão de segunda-feira que deixou Portugal sem eletricidade, avança a RTP.
A família da idosa diz que não tem dúvidas de que a mulher morreu devido à falta de energia.
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“Isto é um ventilador mecânico, funcionava 24 horas por dia”, explicou António, filho da vítima, em declarações à RTP.
“Quando eu liguei para o INEM estava a 50%, a bateria gastou, eu meti o oxigénio e eles não apareceram. Disseram que já vinha, demoram 40 minutos. Quando chegaram, a minha mãe estava morta a olhar para mim”, recordou António, emocionado.
O filho da vítima conta que as comunicações do SIRESP falharam e que os “bombeiros pareciam baratas tontas”. “O médico deu o óbito da minha mãe e teve que ir à esquadra comunicar à Polícia, porque não havia SIRESP”, relata.
António lamenta não ter ligado logo para o 112 no momento em que faltou a luz. “A minha mãe começou a dizer: ‘não ligues já, não ligues já’. Foi o meu mal. Havia de ter ligado. Se não houvesse o apagão, a minha mãe estava viva“, lamenta.
O INEM confirma à RTP que a chamada aconteceu às 15h52 de segunda-feira e que a equipa da VMER chegou ao local 36 minutos depois, justificando esse tempo com o muito trânsito na altura.
Em declarações à Renascença, o presidente do Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar lamenta a morte desta mulher e considera que é preciso perceber o que falhou.
Rui Lázaro diz que falharam os cuidados de saúde primários, ao não acautelarem uma bateria de reserva, e considera também inaceitável uma espera de 36 minutos pelo INEM.
“Depois da vítima ter ligado 112, claramente 36 minutos para uma emergência médica grave, em claro risco de vida, é excessivo em qualquer circunstância, não é aceitável num país desenvolvido e numa das grandes cidades do país”, afirma o presidente do Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar, que volta a pedir mais meios para o INEM.


Rui Lázaro, do Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar, considera demora inaceitável
O Ministério da Saúde diz não ter conhecimento da situação, mas ordenou entretanto a abertura de uma auditoria pela Inspeção-Geral das Atividades em Saúde.
Durante o debate para as eleições legislativas de quarta-feira, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, disse que em Portugal não foram registadas mortes devido ao apagão, ao contrário do que aconteceu em Espanha.
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