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PS “esteve muito mal” na demora da AIMA, admite Manuel Pizarro

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Manuel Pizarro, antigo ministro da Saúde e atual candidato do PS à Câmara Municipal do Porto, acredita que o PS esteve “muito mal” pelo tempo que demorou a instalar a Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA) e fala num “surto imigratório” que não teve resposta quando devia.

Em entrevista ao programa Hora da Verdade, da Renascença e do Público, Manuel Pizarro sai em defesa de Pedro Nuno Santos sobre a mudança em relação à imigração, ao dizer que o secretário-geral do PS fez bem em fazer este ajuste, mas rejeita que os socialistas se confundam com a AD neste tema.

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Manuel Pizarro acusa o atual governo de ter criado uma “situação caótica” nas urgências hospitalares ao ter mudado constantemente as direções e administrações dos hospitais. O antigo ministro da Saúde reconhece que não é fácil resolver o problema, mas culpa Ana Paula Martins por ter mergulhado o SNS num clima de instabilidade.

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Questionado sobre Fernando Medina e Sérgio Sousa Pinto, que se afastaram das listas do PS, o socialista admite que o antigo ministro das Finanças – com quem trabalhou no último Governo de António Costa – pode estar a criar uma nova linha dentro do Partido Socialista. Pizarro exclui “absolutamente” vir um dia a ser líder do PS.


Esta é a primeira parte da entrevista a Manuel Pizarro, sobre política nacional, pode ler a segunda parte, com as ideias e ambições do candidato do PS para a Câmara do Porto.


Como é que avalia o trabalho feito pela sua sucessora Ana Paula Martins?

O que mais caracteriza a ministra que me sucedeu é ter criado uma situação caótica que tenho dificuldade em compreender. Mudar duas vezes o director executivo do SNS, mudar duas vezes o presidente do INEM, estar permanentemente a alterar as administrações dos hospitais, mexer em regras, mesmo quando as regras são de concursos que tinham funcionado bem, é o caminho para a desordem que as pessoas sentem.

Era fácil resolver o problema das urgências encerradas?
Não, era difícil resolver o problema das urgências encerradas. Mas foi o PSD que prometeu que resolvia tudo em poucos meses. Que bastava tomar decisões certas, supondo que as decisões que nós tomávamos antes estavam erradas, para resolver tudo rapidamente. O que se verifica é que a situação não está igual, a situação está mesmo muito pior.

Do que conhece do SNS, há alguma hipótese de deixarmos de ver serviços de urgência encerrados nos próximos anos?
Nos próximos anos há hipótese. Não vai ser nos próximos meses. Mas é preciso promover uma reorganização dos serviços.

A politização da saúde prejudica consensos e o encontro de soluções para o país?
Prejudica e dificulta.

Concorda com o recuo de Pedro Nuno Santos em relação à imigração? O líder do PS disse que o partido não fez tudo bem nessa matéria e não pretende recuperar a manifestação de interesse.
Recuo é a sua expressão. Concordo com a posição de Pedro Nuno Santos e acho que é muito normal que um político, analisando a mudança das circunstâncias, possa fazer alterações daquilo que é a sua visão. Não mudou nada à posição humanista do PS sobre o tema da imigração. Humanista e realista. A manifestação de interesse, que teve utilidade num certo período, também gerou problemas que precisam agora de ser corrigidos.

Mas não teme que isso seja uma aproximação àquilo que a direita propõe?
Não, porque é feita mantendo os valores que o PS sempre associou ao tema da imigração, nomeadamente o respeito pela dignidade humana, mas também a integração harmoniosa dessas pessoas e dessas comunidades na sociedade.

O que é que distingue neste momento a política de imigração proposta pelo PS da política aplicada pela AD?
Desde logo o PS nunca teria promovido o fim abrupto da manifestação de interesse. Devia ter havido um período de transição. O que nós vemos hoje é a criação de soluções similares à manifestação de interesse com outro nome. O PS e o Governo do qual fiz parte esteve muito mal no tema da demora da instalação da AIMA, porque é evidente que um país que tem um surto imigratório, como Portugal, tem de ter as estruturas do Estado adaptadas a lidar com a dimensão desse fenómeno.

O país vai a votos em menos de um mês. Concorda com Ferro Rodrigues: no caso de não haver uma maioria absoluta, o PS e o PSD devem entender-se para um regresso do bloco central?
Um governo de bloco central só pode existir numa situação de emergência nacional. Acho muito perigoso, no momento em que há esta emergência dos extremismos populistas, no caso português do extremismo populista de direita, a ideia do governo de bloco central, porque isso favorecerá e fortalecerá ainda mais esses extremismos. Coisa diferente é que o PS e o PSD têm obrigação de criar mutuamente condições de governabilidade.

Pedro Nuno Santos resiste a uma nova derrota em eleições legislativas?
Depende do resultado eleitoral. Estou muito convencido que o PS sairá vencedor destas eleições do dia 18 de Maio.

A credibilidade do secretário-geral do PS fica afectada com a notícia da averiguação preventiva do Ministério Público à compra das suas casas?
Depois de ver a reacção de Pedro Nuno Santos, [a sua credibilidade] sai até reforçada. Teve a reacção que se espera de um político responsável. Respondeu de forma cabal, anunciou que disponibilizava a documentação e disponibilizou-a de modo a poder ser completamente escrutinado. Há uma enorme diferença entre o comportamento de Pedro Nuno Santos e o comportamento de Luís Montenegro nesta matéria.

Exclui a possibilidade de um dia vir a liderar o PS?
Excluo absolutamente.

O PS deve evitar o tema da Spinumviva nestas eleições?
O PS não deve concentrar estas eleições na Spinumviva. Evidentemente que não haveria eleições se o primeiro-ministro não tivesse decidido não abdicar da sua actividade empresarial privada no contexto dessa empresa.

A direcção nacional do PS agiu bem e atempadamente no caso de alegada violência doméstica que envolve o até aqui líder do PS-Braga?
De que agiu bem não tenho nenhuma dúvida. A violência doméstica é uma das coisas mais abomináveis com a qual continuamos a viver neste país. Não é um assunto de um casal ou de um grupo de pessoas, é um assunto de toda a sociedade.


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