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Seguro Vs. Jorge Pinto: Como vai acordar a esquerda no dia 19 de janeiro?

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Não vim combater contra si. Estou a lutar para que o centro-esquerda tenha presença na segunda volta.” O aviso de António José Seguro a Jorge Pinto, já na reta final do debate desta segunda-feira na RTP, foi o espelho da tensão entre os dois candidatos às presidenciais de 18 de janeiro, ambos em busca do espaço da esquerda de que dizem fazer parte.

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O deputado do Livre surgiu ao ataque, trazendo fantasmas do passado que incomodaram o ex-líder do PS. Logo a abrir, Jorge Pinto, candidato apoiado pelo Livre, criticou Seguro por ter anunciado a candidatura em junho, impossibilitando uma linha de “diálogo” à esquerda que permitisse uma “candidatura abrangente”, acusando-o de ter colocado “pressão no PS e noutros potenciais candidatos mais agregadores”. O Livre sempre apostou no nome de Sampaio da Nóvoa para uma segunda corrida a Belém.

Jorge Pinto acelerou nas críticas e puxou a fita atrás, relembrando a “abstenção violenta” de Seguro no Orçamento do Estado de 2012, quando este liderava o PS. “Quando teve responsabilidades políticas, não usou o seu dever de proteger a Constituição”, afirmou.

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Seguro mostrou desconforto com o regresso ao passado e justificou a decisão de 2012 ao viabilizar o OE de Passos Coelho: “Não sei se se lembra, na Troika estive sempre do lado do interesse nacional”. Acrescentou ainda ter evitado alterações constitucionais que permitissem mexer no limite de endividamento do país, acusando o “setor conservador” de o tentar fazer.

Sobre o anúncio da candidatura logo em junho, Seguro afirmou que “os partidos não têm o condomínio nas eleições presidenciais” e garantiu que não fez “combinatas com ninguém”. Com ironia, questionou: “Vivemos numa democracia, vou impedir alguém que seja candidato?”

Jorge Pinto, antigo militante do PS, responsabilizou mesmo Seguro pela sua desfiliação, referindo que em 2012 lhe enviou uma carta a criticar a “abstenção violenta”. O deputado do Livre foi directo: “Este legado não consegue apagar.”

E se a esquerda falha a segunda volta?

O debate foi civilizado, mas tenso do início ao fim. Já na reta final, Seguro disse que não veio para “combater” Jorge Pinto, que replicou de imediato: “Nem eu”. “Estou a lutar para que o centro-esquerda tenha presença na segunda volta”, afirmou o ex-líder do PS, perante a garantia do adversário de que vai “até ao fim” na corrida a Belém.

Foi neste momento que Seguro se disse “convencido” de que chegará à segunda volta das presidenciais, mas deixou um aviso: “Cada um tem de assumir as suas responsabilidades”, vaticinando um cenário negro para a esquerda sem voto útil na sua candidatura. “Espero que nenhum eleitor de esquerda possa acordar a 19 de janeiro e dizer ‘bem, por causa do meu voto, o Seguro não foi à segunda volta’.”

Lei laboral – Seguro com “clara inclinação” para não aceitar, “como está”, Pinto veta

Num debate conduzido pelo jornalista Carlos Daniel, abordaram-se temas da actualidade sob o pretexto de discutir os poderes presidenciais. Foi neste contexto que surgiu a pergunta sobre o que fariam os candidatos se recebessem em Belém o anteprojeto do Governo que altera o Código do Trabalho.

Foi um dos momentos de maior aproximação entre os dois. Ainda assim, Seguro não foi taxativo: “Um Presidente da República não deve interferir enquanto o processo de negociação ainda está a decorrer”, afirmou, acrescentando: “Terei em conta o resultado do Parlamento”, embora admita uma “clara inclinação” para não aceitar a proposta.

Jorge Pinto foi mais direto, considerando que as alterações à lei laboral vêm “alterar as relações entre o trabalhador e o empregador” e que estas mudanças não constavam dos programas eleitorais dos partidos que as apoiam.

Aproveitou ainda para lembrar que o Código do Trabalho de Bagão Félix, aprovado pelo Governo da AD em 2013, “teve o apoio” de Seguro. “Falar do passado é essencial para falar do futuro”, rematou. Sobre o anteprojeto actual, Pinto garantiu que o enviaria ao Tribunal Constitucional e que, se chegasse a Belém como está, o vetaria.

Saúde – Seguro “admirado” com MENAC da Saúde

Confrontado com a escolha do juiz Carlos Alexandre para dirigir o mecanismo anti-fraude no SNS, Seguro criticou que o sistema não permita prevenir abusos, como os verificados nas cirurgias de dermatologia no Hospital de Santa Maria, em Lisboa. “A minha admiração é que não exista”, atirou.

Jorge Pinto, questionado sobre declarações anteriores, negou que combater a fraude seja “marketing” e defendeu a revisão do plano do SNS, sublinhando que o interior do país é quem mais sofre com a falta de investimento. Caso seja eleito, propõe-se a “organizar os estados gerais” da Saúde, para unir partidos e profissionais. “É aí que um Presidente da República pode ter uma voz”, concluiu.

O próximo debate está marcado para esta terça-feira, na TVI, pelas 21h00, com António Filipe e Henrique Gouveia e Melo.


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