
Médicos pedem mudanças na prescrição de transporte para doentes

Queixam-se do desperdício de recursos em tarefas meramente administrativas, prejudicando o tempo de que dispõem para consultas e doentes, adiantando que perdem mais de 6 mil horas de trabalho médico a preencher estes formulários já que têm de emitir uma requisição de transporte para cada consulta, exame ou tratamento.
A queixa é de um grupo de cerca de 700 médicos do Serviço Nacional de Saúde e é por isso que apresentaram uma petição ao Ministério da Saúde e à direção Executiva do SNS a pedir uma revisão urgente do modelo de prescrição de transporte de doentes não urgentes.
Na missiva, explicam que os dados mais recentes, relativos a 2024, reportam 123.848 transportes não urgentes. Contas feitas, tendo de dispensar 3 minutos por cada requisição, concluem que despenderam as tais 6 mil horas de trabalho médico unicamente nesta tarefa.
Os médicos sublinham que a proposta visa garantir o acesso atempado e simplificado dos utentes a um direito que lhes assiste, ao mesmo tempo que liberta os médicos do SNS de uma tarefa burocrática repetitiva que consome tempo precioso que deveria ser alocado à prestação de cuidados diretos.
Ana Paula Martins, ministra da Saúde, aplaude a preocupação dos médicos.
“Fico até muito sensibilizada por termos profissionais que pedem ao Governo que tome em consideração que o seu tempo tem de servir para humanizar mais a relação com os doentes e para o que têm de fazer, que é tratar doentes, e não andar a passar requisições, seja de papel seja de que maneira for”, disse a ministra.
Ana Paula Martins defende que essa é uma das áreas em que é preciso garantir que, nos próximos anos, o SNS tenha “novos processos que possam ser digitais”.
Source link
