JPP acusa PSD de travar esclarecimentos sobre atrasos na Saúde
O Grupo Parlamentar do Juntos Pelo Povo (JPP) criticou, hoje, a maioria PSD na Assembleia Legislativa da Madeira (ALRAM), acusando-a de impedir o esclarecimento público sobre o atraso de dois anos no pagamento do trabalho extraordinário realizado por profissionais de saúde (por médicos, enfermeiros e outros) no âmbito do programa extraordinário de recuperação de cirurgias.
Em comunicado, o partido afirma que os “bloqueios sistemáticos” da maioria “colocam em causa o exercício pleno da democracia de um Estado de direito europeu”, ao alegadamente impedir que os madeirenses sejam esclarecidos sobre “matérias com impacto nas suas vidas e no seu dia-a-dia”.
A reacção surge após o chumbo do requerimento apresentado esta semana pelo JPP para a realização de uma audição parlamentar com a secretária regional da Saúde e Protecção Civil, Micaela Freitas, a presidente do conselho de administração do SESARAM, Márcia Gomes, e representantes sindicais do sector.
O partido sublinha que é dever da ALRAM “se inteirar e ser esclarecida dos factos e exercer plenamente os seus poderes de fiscalização, garantindo transparência e respeito pelos profissionais do Serviço Regional de Saúde e pelos utentes que dele dependem”.
O líder parlamentar do JPP, Élvio Sousa, critica o atraso nos pagamentos, considerando-o “inaceitável e lamentável”. “É inaceitável e lamentável que os médicos, enfermeiros, técnicos e outros profissionais de saúde tenham de esperar dois anos para receber o produto do seu trabalho extraordinário, enquanto o PSD/CDS se extasiam com os recordes do PIB, da economia, da receita fiscal e construção de campos de golfe, mas, afinal, o dinheiro não chega para pagar quem trabalha”, refere.
Para Élvio Sousa, “esta forma danosa de gerir a saúde explica muito bem a urgência e a necessidade de refundar o sistema e despolitizá-lo”, acrescentando que as actuais práticas “além de não resolverem as intermináveis listas de espera para consultas, exames e cirurgias, acrescentam mais problemas ao sector e desmobilizam os profissionais”.
O JPP afirma ainda que o atraso nos pagamentos prejudica “directamente os profissionais que responderam ao interesse público, compromete a segurança e a continuidade dos cuidados prestados à população e revela uma falta de transparência na gestão financeira dos programas de saúde”.
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