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Coimbra: Mais de nove centenas de profissionais concluem formação em Humanização na ULS

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A Unidade Local de Saúde de Coimbra capacitou 928 profissionais com um curso dedicado à Humanização este ano. A iniciativa pretende aliar excelência técnica a competências éticas e comunicacionais, fortalecendo a proximidade no atendimento

A Unidade Local de Saúde (ULS) de Coimbra está a tentar mudar, por dentro, a forma como se pratica medicina. Não através de mais tecnologia ou protocolos, mas sim de um investimento decidido numa dimensão frequentemente esquecida: a relação humana. Ao longo de 2025, 928 dos seus profissionais – de médicos a auxiliares, passando por enfermeiros e técnicos de diagnóstico – frequentaram o Curso de Humanização, um programa de um dia que a instituição considera estratégico.

A formação não nasceu do nada. Foi criada pela equipa do antigo Gabinete de Humanização e arrancou em março, mas ganhou novo fôlego com a recente criação de um Serviço de Humanização propriamente dito. Silvia Monteiro, que dirige esse serviço, defende que a mudança é uma decisão consciente. “Numa instituição de reconhecido prestígio, a humanização dos cuidados de saúde deve ser assumida como uma prioridade”, afirmou, sublinhando que o conceito se materializa no dia a dia, “em gestos de cuidado, escuta ativa, empatia e compaixão”. Para Monteiro, trata-se de um “compromisso pessoal” de cada um.

O curso, desenhado para ser transversal, toca em pontos sensíveis. Aborda a comunicação, tanto com o doente como entre colegas de diferentes valências, e explora formas de fortalecer o trabalho de equipa. Discute os direitos e deveres dos utentes e o seu impacto concreto na experiência de cuidados. Curiosamente, e refletindo os tempos, também inclui uma reflexão sobre os contributos – e os limites – da inteligência artificial para a humanização. Como exemplo prático, é divulgado o trabalho da Equipa de Cuidados Paliativos Pediátricos.

Mas a ambição vai além de melhorar o atendimento aos doentes. Alexandre Lourenço, Presidente do Conselho de Administração da ULS, salienta que é crucial “cuidar e valorizar não só os seus utentes, como os seus profissionais”. Por isso, a formação reserva espaços para os participantes refletirem sobre o alinhamento entre o seu trabalho e o seu propósito de vida, sobre bem-estar e modelos de liderança que sejam “colaborativos e compassivos”. A ideia, explica, é reconhecer “a centralidade da pessoa como agente de mudança” dentro do sistema.

O novo Serviço de Humanização estrutura-se em três pilares: cuidados centrados na pessoa, o bem-estar de quem cuida – uma camada muitas vezes negligenciada – e a transformação da cultura organizacional de raiz. O objetivo declarado é inspirar uma cultura de humanismo que envolva toda a instituição, dos profissionais aos doentes, familiares e comunidade, apontando para um conceito de saúde mais “inclusivo, solidário e global”.

A ULS de Coimbra, que integra oito unidades hospitalares e vinte e seis centros de saúde, sendo o maior empregador do setor da saúde em Portugal com mais de dez mil trabalhadores, parece assim estar a tentar responder a uma certa frieza sistémica com um remédio antigo: a atenção ao outro. Se o esforço formativo de um dia será suficiente para alterar rotinas profundamente instaladas é uma incógnita. Mas o gesto, pelo menos, indica uma direção.

PR/HN

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