
“Caos” no SNS: primeiro-ministro e ministra da Saúde sabiam que o inverno estava a chegar
Manuel de Almeida / LUSA
O primeiro-ministro, Luis Montenegro, acompanhado pela ministra da Saúde, Ana Paula Martins
Só no Hospital Pedro Hispano, doentes urgentes esperavam mais de 12 horas para primeira observação. Não é um imprevisto, assegura FNAM.
Os últimos dias do ano ficam marcados pelo reforço da crise no Serviço Nacional de Saúde (SNS), em diversos hospitais.
Nesta quinta-feira, dia de Natal, Portimão, Santarém, Vila Franca de Xira, Caldas da Rainha e Setúbal nem tiveram serviços de urgência de ginecologia e obstetrícia. Todos fechados.
Ao início da manhã, no Hospital Fernando Fonseca (Amadora-Sintra), um doente com pulseira amarela esperava 14 horas para ser atendido nas urgências gerais; com pulseira verde, esperava-se 18 horas, relata a RTP.
Já nesta sexta-feira, no Hospital Pedro Hispano (Matosinhos), doentes classificados como urgentes esperavam ao início da manhã mais de 12 horas para primeira observação nas urgências gerais.
Estes encerramentos e estes números não são um “imprevisto”: são uma “escolha política”, segundo Joana Bordalo e Sá.
A presidente da FNAM – Federação Nacional dos Médicos lembra que Luís Montenegro e Ana Paula Martins “sabiam há meses que chegaria o inverno”.
A culpa não é da tolerância de ponto, das férias, das folgas ou da gripe. Faltam pessoas, faltam recursos humanos, avisa Joana na TSF.
“Os profissionais – os médicos, os enfermeiros, os técnicos de saúde, todos – fazem o que podem e o que não podem. Agora, não conseguem é aumentar as suas equipas porque não há mais profissionais. E isto é o que no dia a dia atira os médicos para a exaustão e nesta altura do ano sabemos sempre que é pior“, analisa a líder da FNAM.
“A verdade é que Luís Montenegro e Ana Paula Martins sabiam há meses que chegaria o inverno, que chegaria o Natal e o ano novo, e nada fizeram para planear o necessário, nomeadamente para termos mais médicos no SNS“, acusa.
Joana Bordalo e Sá fala mesmo em “caos” no SNS, alerta para as “manobras de propaganda, operações de charme” do Governo e sugere: “A senhora ministra da Saúde deveria ir à urgência ver os doentes e ver a exaustão em que os profissionais estão a trabalhar”.






