
Buscas no Sindicato dos Enfermeiros visam antigo presidente por suspeita de desvio de fundos
Operação judicial na sede do Sindicato dos Enfermeiros, no Porto, decorre no âmbito de um processo que investiga a anterior direção liderada por Pedro Costa, suspeito de apropriação indevida de dinheiros da estrutura
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Um dispositivo do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) moveu esta quinta-feira, 10 de dezembro, uma ação de busca à sede do Sindicato dos Enfermeiros, situada no Porto. A operação, confirmada pela própria organização sindical, está diretamente ligada a um processo que mira especificamente a sua anterior direção, que teve como presidente o enfermeiro Pedro Costa.
Em comunicado enviado à agência Lusa, o SE admitiu que as diligências judiciais se desenrolam “no âmbito de um processo que incide sobre a atuação da anterior direção”. A nota oficial, algo circunspecta, não avança grandes pormenores, limitando-se a reconhecer os factos. Fontes judiciais, contudo, foram mais claras ao detalhar que Pedro Costa é formalmente suspeito de ter utilizado milhares de euros dos cofres do sindicato para proveito próprio. Os alegados desvios terão sido concretizados através de levantamentos em numerário com cartão bancário da instituição e do pagamento de despesas de cariz pessoal.
A atual direção do sindicato, que tomou posse após o mandato de Costa e é agora liderada por Luís Silva, mostrou-se colaborante com a justiça. No documento, garante estar “totalmente disponível” para facultar toda a documentação que possa contribuir para o apuramento da verdade. Exprimiu ainda um tom de contrariedade perante a situação, procurando acalmar os associados. “Caso se comprove que o SE foi lesado, a atual direção pretende ser ressarcida pelos eventuais culpados”, pode ler-se no comunicado, que tenta assegurar o normal funcionamento da estrutura na defesa da classe.
Este caso não é totalmente novo na esfera pública. Já em abril deste ano, uma reportagem da RTP, disponível aqui, tinha dado conta de indícios de que o ex-presidente se teria apropriado de valores na ordem dos 40 mil euros. A matéria noticiosa referia, na altura, a utilização do cartão bancário do sindicato para levantamentos de numerário e para liquidar gastos pessoais, um esquema que agora parece ter captado a atenção formal do Ministério Público. A direção de Luís Silva herdou, assim, um legado conturbado e uma inevitável desconfiança entre a base associativa, num cenário que tenta gerir entre a cooperação com as autoridades e a necessidade de estabilidade interna.
NR/HN/Lusa
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