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“Vou à segunda volta”. Cotrim Figueiredo vai combater os “tristes do costume” e quer o Estado a funcionar

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A sala cheia – de militantes e deputados da Iniciativa Liberal (IL) e personalidades ligadas ao PSD – deu o ânimo necessário a João Cotrim de Figueiredo para repetir aquilo que já vinha dizendo há dias: que vai chegar à segunda volta das presidenciais de janeiro.

Eu vou à segunda volta. É contra muitos que não acreditam, mas eu acredito, vocês acreditam e isso é o essencial para começar este caminho que só acaba, mais uma vez, no Palácio de Belém”, afirmou, com entusiasmo, na sala Almada Negreiros do Centro Cultural de Belém, em Lisboa, que encheu para a apresentação da candidatura do eurodeputado.

Num discurso de mais de 20 minutos, o antigo líder da IL propôs-se a desconstruir, um a um, os argumentos de quem não acredita que a sua candidatura liberal vai descolar do atual quinto lugar nas sondagens e passar para a mais do que provável segunda ronda das presidenciais.

Para isso, pediu aos mais de 200 apoiantes presentes para não ficarem presos “na pior cegueira, que é a preguiça de não querer ver” e tentarem ir além da “vaga de fumo nos media” que dá maior destaque aos candidatos do tradicional centrão político, que também quer combater.

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Presidenciais. José Miguel Júdice é o mandatário da candidatura de Cotrim Figueiredo

“Sei que parto atrás. Bem sei que há quem me subestime, que aliás é um erro que não é a primeira vez que fazem. E bem sei que há depois aqueles tristes que dizem simplesmente que não dá. Mas se há uma coisa que aprendi na vida é que as coisas que os tristes do costume dizem que não dão, são exatamente as que vale a pena tentar fazer com que deem”, afirmou.

Os recados foram muitos e, apesar de nunca se referir diretamente a nenhum candidato, Cotrim Figueiredo deixou críticas nas entrelinhas a quem lhe pode dificultar as contas para uma segunda volta, a começar por António José Seguro, Marques Mendes e André Ventura.

“Para mim, ser Presidente da República não é um prémio de carreira – já fiz melhor. Para mim, ser Presidente da República não é continuar as funções de comentador: nunca tive. Para mim, ser Presidente da República não é para ganhar mais tempo de antena para berrar nas televisões: não é o meu estilo.”

A demarcação dos outros candidatos continuou, utilizando também a carta de não estar preso a lógicas partidárias (apesar de ter a sala com nenhuma figura de esquerda e muitas da IL e do PSD) nem a “organizações secretas”, o que pareceu uma referência indireta aos membros da maçonaria, que demonstraram apoio a Gouveia e Melo.

“Eu não estou preso a lógicas partidárias, a claques políticas, a interesses mais ou menos instalados, a aparelhos, a cálculos eleitorais, nem a organizações discretas ou secretas. Querem mais independência do que esta?”, interrogou.

Apesar de liberal, apostar no Estado e resolver incorreções

Ciente dos “desafios de natureza geopolítica, económica e tecnológica”, o primeiro deputado liberal a ser eleito na Assembleia da República apresentou os três grandes eixos da candidatura – cultura, conhecimento e crescimento. Dos três C’s, o mais importante foi o último, que dá “todos os recursos necessários”, incluindo para um tema que a IL assume que não é o seu preferido – o Estado.

Só o crescimento gera recursos para assegurar a sustentabilidade do Estado Social”, afirmou, como resumo das três áreas onde se podia estar a fazer mais e melhor.

Na saúde, onde o Estado “de uma vez por todas” tem de assegurar o tempo e a qualidade dos cuidados, mas também na educação, onde há “alunos sem professores, escolas degradadas, profissionais desmotivados”. A tríade fica completa na habitação que, apesar de “não ser um serviço público”, que depende da responsabilidade estatal de “criar as condições para que se construam mais casas em Portugal”.

Oficial: eleições presidenciais a 18 de janeiro

Todos estes são temas para um dos “targets” preferidos da IL: os jovens.

“Pela primeira vez em muitas gerações, os mais novos vivem pior do que os seus pais. Isso é algo absolutamente inaceitável para quem acredita numa sociedade solidária”, referiu. “Haver tantos jovens que olham para o futuro com medo em vez de esperança é o maior falhanço desta geração que hoje está no poder”.

Júdice: 1986 é exemplo de Cotrim na segunda volta

A marcar presença também, estava José Miguel Júdice, antigo militante do PSD e mandatário nacional da candidatura. O comentador televisivo dedicou grande parte do discurso a tentar provar que Cotrim é o candidato em que se vota “porque sim”, ao contrário de todos os outros onde o voto é, muitas vezes, “porque não” ou por simples “resignação ou por ilusões”.

Por isso, descreveu o eurodeputado liberal como alguém que incorpora os princípio da boa argumentação Aristóteles – habitualmente conhecidos como “ethos, pathos e logos” – ao conseguir aliar “a credibilidade, a conexão emocional e a força lógica do argumento”.

Júdice havia, no entanto, de afinar o tiro para a história portuguesa e puxar da história da democracia para explicar por que acredita que Cotrim vai chegar à segunda volta.

“Nas presidenciais de 1986, Mario Soares partiu no mês de outubro com sondagens que lhe davam 8%, menos do que as sondagens dão ao João. Mas passou à segunda volta com 25,43% dos votos. É, pois, possível superar as sondagens após uma excelente campanha, como manifestamente foi a campanha de Mario Soares. E Cotrim, para passar à segunda volta, nem precisa de ter 25%, bastará alcançar cerca de 20%”, defendeu.

A candidatura de João Cotrim de Figueiredo às eleições presidenciais de 18 de janeiro é entregue já esta segunda-feira no Tribunal Constitucional. Entretanto, o antigo presidente da IL já prometeu apresentar uma lista de mais de cem nomes – “Horizonte 2021” – composta por figuras “particularmente boas” que vêm de diferentes áreas e cores políticas.


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