
Trump anuncia investigação das ligações de Jeffrey Epstein a todos menos ele próprio
Donald Trump anunciou esta sexta-feira uma investigação do Departamento de Justiça, e do FBI, às ligações de Jeffrey Epstein com várias personalidades. É a resposta do Presidente dos Estados Unidos da América (EUA) à revelação de novos emails do homem acusado duas vezes de tráfico sexual de menores.
A lista de relações a investigar inclui Bill Clinton, Larry Summers, Reid Hoffman e o banco JP Morgan Chase, “e muitas outras pessoas e instituições”, escreveu Trump. Mas não inclui o próprio Donald Trump — Epstein afirma, num dos emails revelados, que Trump “sabia das raparigas” vítimas de tráfico sexual, e que Trump “passou horas” com uma dessas vítimas na casa de Epstein.
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Na publicação na rede social Truth Social — detida por Trump —, o Presidente dos EUA acusou os democratas de “utilizar a farsa Epstein, envolvendo democratas, e não republicanos, para tentar distrair do desastroso ‘shutdown’ deles”, assim como “de todas as outras falhas deles”.
Donald Trump alegou ainda que os emails recentemente revelados são “outro esquema Rússia, Rússia, Rússia, com todas as setas a apontar para os democratas”. Acrescentou ainda que “estes homens, e muitos outros, passaram grandes porções da vida deles com Epstein, e na sua “ilha””.
Trump fez várias publicações, esta quinta e sexta-feira, sobre o caso de Jeffrey Epstein. O Presidente norte-americano partilhou ainda um segmento do programa da Fox News “Jesse Waters Primetime”, com a mesma mensagem emitida por Trump: de que o caso Epstein é uma farsa lançada pelos democratas, apesar de ser repetidamente utilizada por Trump para atacar os democratas — e ser tão importante para os movimento MAGA que está a criar desconforto com as ações de Trump.
“Os democratas estão a fazer tudo ao seu alcance para promover a Farsa Epstein novamente, apesar de o DOJ [Departamento de Justiça] publicar 50.000 páginas de documentos, para distrair de todas as suas más políticas e perdas”, escreveu Trump na primeira publicação sobre o caso esta sexta-feira, procurando depois intimidar o Partido Republicano a manter a unidade: “Alguns republicanos fracos caíram nas suas garras porque são macios e tolos”.
Uma das mais fervorosas apoiantes de Donald Trump, a congressista Marjorie Taylor Greene, tem estado em rota de colisão com o Presidente nos últimos meses — especialmente após ter sido, alegadamente, impedida de se candidatar a governadora no estado da Geórgia. Esta sexta-feira, voltou a criticar Trump: “é insanamente a direção errada para seguir”.
“O incêndio destrutivo (“five alarm fire”) é a saúde e a acessibilidade dos preços para os americanos. E aí é que devia estar o foco“, disse Greene ao Politico. “Isto sou eu a querer que o meu partido faça algo, vença e faça algo bom pelo povo americano. Não sou eu a ir contra, sou eu a empurrar o meu partido para dizer, é isto que precisamos de estar a fazer”.
Na quarta-feira, a CNN Internacional noticiou que responsáveis da Casa Branca de Trump chamaram outra congressista republicana, Lauren Boebert, à Sala de Crise (“Situation Room”) para discutir a assinatura desta na petição da Câmara dos Representantes (iniciada por um republicano) para forçar o Departamento de Justiça a divulgar todos os ficheiros do caso Epstein. Trump terá ainda tentado contactar outra congressista republicana, Nancy Mace.
A petição alcançou esta semana as 218 assinaturas necessárias para obrigar a uma votação no plenário da Câmara dos Representantes. Contudo, se for aprovada aí, terá também de ser votada na câmara alta do Congresso dos EUA, o Senado, e ser depois aprovada pelo Presidente.
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