
Sindicatos alertam para falhas de sistemas informáticos que dificultam acesso a dados clínicos
 
O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) alertou esta segunda-feira que a falta de integração total entre os sistemas informáticos do Hospital Amadora-Sintra e dos cuidados de saúde primários dificulta o acesso completo aos dados clínicos, podendo comprometer a segurança dos doentes.
O alerta do secretário-geral do SIM, Nuno Rodrigues, surge na sequência da morte de uma grávida de 38 semanas, dias após ter recebido alta hospitalar. Inicialmente, só estavam disponíveis os registos das consultas hospitalares, e só mais tarde se soube que a paciente estava a ser acompanhada nos cuidados de saúde primários desde julho.
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Segundo a ULS Amadora-Sintra, esta situação deveu-se “à inexistência de um sistema de informação clínica plenamente integrado, que permita a partilha automática de dados e registos médicos entre os diferentes serviços e unidades”.
Em declarações à agência Lusa, Nuno Rodrigues explicou que o problema está relacionado com a coexistência de dois sistemas informáticos: o “Sorian”, utilizado pelo hospital enquanto funcionava em regime de Parceria Público-Privada (PPP), e o “SClínico”, usado nos cuidados de saúde primários.
“Com a integração dos cuidados de saúde primários na ULS Amadora-Sintra, a verdade é que subsistem dois sistemas (…) e aparentemente ainda não está resolvida a questão da interoperabilidade”, observou.
O secretário-geral avisou que “a ausência de integração total” entre os dois sistemas “continua a dificultar o acesso integral aos dados clínicos, podendo comprometer a capacidade de decisão dos profissionais e, consequentemente, a segurança dos doentes”. Exemplificou com a sua experiência: “Doentes que preciso consultar que tenham passado pelo Amadora-Sintra (…) não consigo aceder à parte do internamento. Só consigo aceder à parte dos cuidados de saúde primários e da urgência”.
Segundo Nuno Rodrigues, este problema é comum noutros hospitais, como no Beatriz Ângelo, em Loures, que também era uma PPP, e tem de ser resolvido pelos conselho de administração dos hospitais e pelos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde.
Apontou ainda como fatores que dificultam a integração, a resistência dos profissionais a mudar de sistema e incidentes técnicos como os dois apagões que ocorreram este ano.
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