
Químicos presentes nos alimentos podem explicar aumento de infertilidade nos homens

O médico ginecologista Jorge Sousa Braga, explica, esta sexta-feira, que o aumento da infertilidade, que segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) afeta uma em cada seis pessoas em todo o mundo, está, em parte, relacionado com os químicos presentes nos alimentos que consumimos.
À Renascença, o especialista esclarece que as consequências da presença destas substâncias na comida são maioritariamente visíveis nos homens.
“O modo de produção dos espermatozoides torna-os mais sensíveis a uma série de fatores ambientais, como por exemplo as pesticidas e outras substâncias que se parecem com estrogênios, que podem ter um efeito deletério”, diz.
Jorge Sousa Braga refere que um estudo “de espermogramas feitos numa zona rural e numa zona urbana, notaram que havia mais alterações a nível do esperma na zona rural do que numa zona urbana, que eventualmente tenha a ver com o efeito de pesticidas”.
Deste modo, apesar de reconhecer que “é muito difícil controlar o uso destas substâncias na produção de alimentos”, o médico que se dedica ao estudo e à consulta de casos de infertilidade advoga que um primeiro passo para seria diminuir o consumo de processados.
Dados associam stress e alterações climáticas à infertilidade
Por outro lado, a demógrafa Maria Filomena Mendes acrescenta que os dados apontam para uma correlação entre fatores disruptivos como “alterações climáticas, poluição, mas também e muito a ansiedade e o stress criado pelo trabalho” e a infertilidade.
A afetar a natalidade ainda há fatores como a maternidade tardia das mulheres portuguesas. “O facto de termos assistido a um adiamento da idade em que tanto as mulheres como os homens têm os filhos, tem vindo a contribuir já para uma diminuição da natalidade”, continua a especialista.
“Quanto mais tarde tiver o primeiro filho, maior dificuldade. Muitas vezes fica-se por um filho único também por questões da fertilidade”, termina.
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