
Impasse orçamental nos EUA leva bases militares a suspender salários na Europa

A paralisação orçamental mais longa da história do Governo dos Estados Unidos está a ter repercussões além-fronteiras, com milhares de trabalhadores locais em bases militares norte-americanas na Europa sem receber salário há quase seis semanas.
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De acordo com a agência Associated Press (AP), milhares de funcionários civis que prestam serviços em bases dos EUA em países europeus viram os seus rendimentos interrompidos desde o início do “shutdown”.
Em alguns casos, os governos anfitriões decidiram antecipar os pagamentos, esperando ser reembolsados por Washington quando a situação se resolver.
No caso de Portugal, os cerca de 360 trabalhadores portugueses da Base das Lajes com salários em atraso vão poder recorrer a um adiantamento a partir de segunda-feira, segundo anunciou hoje o Governo Regional dos Açores (PSD/CDS-PP/PPM).
O executivo açoriano publicou no Jornal Oficial a portaria que regulamenta a concessão de um apoio financeiro de caráter social, temporário e reembolsável, correspondente ao adiantamento das remunerações em atraso dos trabalhadores afetos às Forças dos Estados Unidos da América nos Açores (USFORAZORES), nas Lajes, na ilha Terceira.
Portugal e os Estados Unidos têm um Acordo Bilateral de Defesa e Cooperação que permite aos norte-americanos usufruírem de facilidades militares na Base das Lajes, onde trabalha um efetivo civil português.
Também na Alemanha, o Ministério das Finanças confirmou ter assumido o pagamento de cerca de 11 mil trabalhadores civis em bases norte-americanas, incluindo na base aérea de Ramstein, centro estratégico das operações dos Estados Unidos no Médio Oriente e em África.
Já em Itália, segundo o coordenador sindical Angelo Zaccaria, mais de 4.600 italianos trabalham em cinco bases norte-americanas, sendo que destes cerca de 2.000, sobretudo em Aviano e Vicenza, não receberam vencimento de outubro.
O período de paralisação orçamental, conhecido como “shutdown”, iniciou-se há quase seis semanas e resulta do impasse político nos Estados Unidos relativamente à aprovação do orçamento federal, que levou à suspensão de pagamentos e de atividades não essenciais do Governo norte-americano.
De acordo com estimativas do Gabinete de Orçamento do Congresso, aproximadamente 750.000 funcionários federais considerados não essenciais foram temporariamente suspensos devido à paralisação.
Por sua vez, pouco mais de 1,5 milhões de funcionários, incluindo polícias e controladores de tráfego aéreo, continuam a trabalhar, embora não recebam os seus salários até que a paralisação administrativa seja resolvida.
“Os democratas continuam a recusar-se a aprovar o orçamento dos republicanos no Senado, a menos que estes aceitem negociar uma extensão dos subsídios do programa de saúde Obamacare.”
“Os republicanos afirmam que não se sentarão para negociar a menos que os democratas aprovem, primeiro, o orçamento federal, de maneira a acabar com a paralisação do governo federal.”
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