
Hospitais do SNS gastaram mais de 627 milhões em cirurgias adicionais

Os hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) gastaram mais de 627 milhões de euros em cirurgias adicionais para reduzir as listas de espera, um valor que aumentou 51% entre 2022 e 2024.
Os dados foram divulgados esta quinta-feira pela Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS), que fez auditorias às 39 Unidades Locais de Saúde (ULS) e aos três Institutos de Oncologia (IPO) sobre a atividade cirúrgica fora do horário normal de trabalho.
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A IGAS conclui que o regime – apesar de ser definido como excecional – é utilizado sistematicamente pelos hospitais como instrumento de promoção do acesso a cuidados de saúde.
Nas ULS Amadora-Sintra, Trás-os-Montes e Alto Douro e de Castelo Branco a produção adicional cirúrgica representa mesmo mais de 50% da produção total, ou seja, é superior à atividade regular.
Das 42 entidades avaliadas, apenas a Unidade Local de Saúde da Guarda e a Unidade Local de Saúde de Loures Odivelas não efetuaram contratualização interna com os serviços das várias especialidades.
Ortopedia e oftalmologia são as áreas com maior peso no valor total a pagar, representando 26% e 21%, respetivamente, no período em análise.
Dado o carácter exploratório da auditoria, a IGAS não emitiu quaisquer recomendações formais.
Esta auditoria começou a ser feita em maio, na sequência da polémica com as cirurgias adicionais em dermatologia, no Hospital de Santa Maria, em Lisboa.
Um relatório da IGAS, divulgado esta semana, confirma falhas nos mecanismos de controlo, no planeamento e no processamento de cirurgias no Hospital Santa Maria, em Lisboa, no caso do dermatologista que recebeu 400 mil euros por 10 dias de trabalho ao sábado.
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